terça-feira, 24 de abril de 2018

Nada apropriado

Não vou discutir motivos, mas não me pareceu nada apropriado o tom da manifestação do presidente do América a respeito do protesto de parte da torcida em relação aos salgados ingressos avulsos da Pré-Copa do Nordeste e da Série D.

Com uso de palavrão, o presidente termina pondo por terra seus bons argumentos ao lhes dar um tom de confronto, o que não me parece a tática adequada para convencer a torcida da necessidade da majoração.

Ouvi o áudio em publicação de Mallyk Nagib. Segue a transcrição.

Um torcedor que diz que R$ 30 é caro... Esse é o preço do ingresso. Porque basta ele fazer a casadinha que ele vai pagar R$ 30. Aquele que não quiser, que é estudante, vai pagar R$ 30 também por um ingresso único. Vai lá e compra o ingresso no dia do jogo. Até as 15h do dia jogo, a gente vai manter o preço. E aquele que evidentemente não quiser comprar a casadinha, até porque nós nos obrigamos a vender a casadinha, ele vai comprar a R$ 60 até as 15h. Acha caro? Aí fica pregando público zero essa torcida Máfia não sei o quê? Que isso não é torcedor, isso são uns vândalos. Deram um prejuízo ao clube de mais de R$ 100 mil, essa é que é a realidade. Não vê que o clube não tem receita de nada praticamente, que os patrocínios são ínfimos. Nós pegamos o clube na pior fase do ponto de vista de receita. Nem o presidente que passou pegou uma receita tão fraca. E nós estamos fazendo das tripas corações e mantendo as coisas em dia. Aí ninguém vê isso? Quer dizer, o América está a cada dia mais difícil realmente. Muito difícil, me perdoem o desabafo, mas está muito complicado dirigir o América. Se o cara não pode pagar 30 mil réis, com respeito à dificuldade de quem está desempregado, de quem está sem receita, porque eu sei que isso existe. Eu sou advogado e tem várias empresas que saíram do estado, inclusive eu perdi contratos porque elas não estão mais aqui. O estado da gente é um estado falido, infelizmente. Um governo que não paga nem o salário dos funcionários. Um estado que vive de funcionalismo público. Um estado que a última empresa, fábrica que se montou nesse estado, foi há 14 anos. Quer dizer, é um estado que não tem liderança. Infelizmente, mas quando forem votar agora, votam nos mesmos. Mas é problema de cada um, não quero me meter em política, não. Eu tenho é que tomar conta do América porque eu fui eleito para isso e vou ficar até o último dia. Agora realmente está complicado porque é só reclamação. Sujeito reclama porque não pode pagar R$ 30 de sócio torcedor. E como é que não pode pagar R$ 30 para ir para um jogo de futebol? Ele realmente está numa situação dificílima. Eu lamento, mas não é o América que vai resolver isso, não. A gente tem que pagar a folha no final do mês. Estamos numa c... de uma Série D que só tem 3 jogos em casa garantidos. Eu não tenho bola de cristal para saber se a gente vai passar. Montamos um time na cabeça da gente que vai passar de grupo, vai para o mata-mata. Queira Deus que não fique em nenhum mata-mata, consiga subir. Temos um jogo de vida ou morte, jogo que dará uma receita ao clube o próximo ano, mas dará, para a gente ter tranquilidade, um pouco de tranquilidade. Não é isso que vai resolver também, mas ajuda muito. Esse ano foi uma perda lamentável não ter essa receita. E aí fica público zero, público zero... Qual é o incentivo? Qual é a, digamos assim, a gente como dirigente, como é que a gente se sente, não é? Público zero, um c...! Torcedor que é americano tem que estar lá no estádio, essa é que é a verdade. Me perdoe o desabafo, mas é muito difícil hoje dirigir o América.

Um comentário: