quinta-feira, 19 de abril de 2018

Impressionante

O América é sempre capaz de surpreender negativamente. E agora conseguiu perder Max para o Globo.

Max é daqueles casos raros de identificação com um clube. Já foi e voltou inúmeras vezes. Foi uma das peças fundamentais nos dois últimos acessos da história do clube, o de 2006 para a Série A e o de 2011 para a Série B. Participou do esforço para evitar o rebaixamento em 2008. Esteve em campo e marcou gol naquele histórico Fluminense 2x5 América em 2014.

Também viveu seus dias ruins, como a confusão contratual em 2007, o doping de 2012 e até o rebaixamento de 2014.

Porém, é jogador extremamente identificado com a camisa americana, tendo muitas vezes voltado ao clube por iniciativa própria, ao saber que seria emprestado a outro nos tempos de Palmeiras.

Não seria diferente dessa vez. Não queria disputar a Série D pela Inter-SC. Preferia vestir a camisa americana para conquistar mais um acesso e até encerrar a carreira. Tinha um empecilho - a própria Inter-SC.

Muito vaivém na negociação (claro que não há inocentes no futebol). Parecia que não daria certo sua volta. À essa altura, o América já trouxera Flávio Carioca com status de titular, mas ainda precisava de outro atacante.

Max conseguiu enfim sua liberação da Inter-SC. Entretanto, o América já havia fechado com um novo atacante. Quem será? Não sabemos. E Max vai defender o Globo na Série C.

Não dava mesmo para esperar por um jogador acima da média dos atacantes da Série D? Não dava mesmo para esperar por um atleta que é absolutamente identificado com o clube? Não dava. Mas dá para esperar o atacante que substituiu Max, que ainda não foi anunciado.

Qual seria o critério para contratação de atacantes do América? E para a manutenção/renovação? Por que o América não segurou Thyago até fechar com Max? Por que preferiu manter Lopeu?  E se Lopeu está aí até agora porque aguarda o término de seu caríssimo vínculo contratual (só isso justifica o não rompimento antecipado, já que normalmente a verba a ser paga é metade do que falta), não dava para ter a mesma paciência para fechar o elenco com um jogador reconhecidamente bem sucedido no América?

Já falei que Max é o último representante de um estilo. Eu, particularmente, não vejo mais espaço no futebol para atacantes lentos. Mas Max é mais do que isso. Importuna a zaga, é o melhor zagueiro na bola aérea defensiva, une grupos, e, claro, faz gols, especialmente decisivos - ou seja, passa longe de ser um amarelão.

Fico impressionada com a capacidade dos dirigentes americanos de aumentarem desnecessariamente a pressão pra cima do clube em anos decisivos. A última vez que isso deu certo foi com a contratação de Flávio Boaventura, que marcou o gol do título centenário. Mas essa tendência vem de priscas eras. Não é novidade.

Será que não dava para pelo menos num único ano o clube não se ver envolvido em decisões polêmicas sobre contratação às vésperas do início de uma competição? Oremos.

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