quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Ufa!

Desde a estreia eu digo que este não será um ano fácil. Motivo não falta: dinheiro pouco, Série D, muitas mudanças. Mas a maior dificuldade é a pressão. O América de Felipe Surian é obrigado a pagar com juros e correção monetária pelo que fez o América de Aluísio Guerreiro, Guilherme Macuglia, Sérgio China e Diá - não é justo colocar Moura na lista por dois jogos.

Mas, ao mesmo tempo, o torcedor que vaia, que xinga jogadores no menor deslize, que quer a cabeça da diretoria, é o mesmo que está doidinho para aplaudir uma boa jogada e para gritar gol.

Essa foi a balada de América 1x0 Potiguar. Aliás, balada não; suspense. Daqueles de dar taquicardia até o fim. Ou filme de terror, já que, segundo Janaina, só poderia ser um vodu que fizeram para o América e que espetavam bem na hora de sair o gol. Esse comentário me tirou um pouco da tensão do jogo. E que jogo!

Só deu América. Esmagadoramente. Assustadoramente. Pênalti. Ninguém do Potiguar teve coragem de reclamar. Dija Baiano cobra na trave. É muito sofrimento para o coração alvirrubro. Aí Luiz Eduardo faz o que faz de melhor: gol de cabeça. Mas o assistente 1, muito mal no jogo, não viu.

Como o América se encontrou com Michel Cury com a 10 e Osmar com a 2! Como o tal do Michel Benhami entra bem no jogo, seja na lateral ou no meio. Como Raul melhorou, mas, pra variar, se contundiu. E como Felipe Surian reviveu a estrela de Roberto Fernandes ao colocar o jogador que faria o gol no último minuto. Tony entrou porque Raul entrou e se contundiu. Destino? Coincidência? Fico com a estrela na testa de Felipe Surian.

Na verdade, nada como um jogo 11 contra 11. A pressão continuou lá, mas os comandados de Surian sabiam que o trabalho seria recompensado. Na arquibancada, torcedores agoniados porque a partida continuava 0x0 quando o Mecão poderia estar goleando.

Aliás, mais uma vez Maracás desperdiça uma chance clara de gol, dessa vez com os pés. Mas a vitória saiu. Ufa! Acabou-se o vodu.

A pressão continua. Como disse anteriormente, ela vai cedendo aos poucos ao longo do ano, se vitorioso for. Entretanto ela poderia ter atingido nível insuportável se o gol de Tony não tivesse saído. Ainda bem que saiu.

1.487 malucos saíram na noite enfrentando o perigo de uma loucura presidiária transbordada nas ruas de Natal para se jogar na panela de pressão com o América. No sábado (ou domingo, se mudar de data), tem mais.

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