terça-feira, 15 de março de 2022

O Senhor da Guerra

Quem viveu os anos 80/90 viu e ouviu Renato Russo e sua Legião Urbana criarem e cantarem músicas com a incrível característica de colocar o dedo na ferida, fosse ela uma ferida existencial, uma dor de cotovelo ou ferida social ou geopolítica. Não é à toa que essas músicas não perdem sua atualidade.

Este é o (triste) caso de A Canção do Senhor da Guerra, lançada no maravilhoso disco duplo (uma espécie de coletânea) Música p/ Acampamentos de 1992, que faz parte da minha preciosa (para mim, claro) coleção de CDs.

Fez sucesso como tudo que a banda lançou, mas nada como os hits Eduardo e Mônica, Tempo Perdido, Índios, etc.

Infelizmente o momento atual ainda pede reflexão sobre a tristeza de guerras que nunca nos abandonam e o porquê delas nunca nos abandonarem, venham de onde vierem.

Para reflexão em pleno ano 22 do Século 21, deixo abaixo a letra e dois vídeos - um com a gravação original (mais potente, na minha opinião) e outro que vale pela raridade de uma apresentação ao vivo em rádio e que traz no começo o próprio Renato Russo falando sobre a eterna atualidade da música.

A Canção do Senhor da Guerra

Existe alguém esperando por você
Que vai comprar a sua juventude
E convencê-lo a vencer

Mais uma guerra sem razão
E já são tantas as crianças com arma na mão
Mas explicam novamente que a guerra gera empregos
E aumenta a produção

Uma guerra sempre avança a tecnologia
Mesmo sendo guerra santa, quente, morna ou fria
Pra que exportar comida
Se as armas dão mais lucros na exportação?

Existe alguém que está contando com você
Pra lutar em seu lugar
Já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer
E quando longe de casa, ferido e com frio
O inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando novos jogos de guerra

Que belíssimas cenas de destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação

Veja que uniforme lindo fizemos pra você
E lembre-se sempre
Que Deus está do lado de quem vai vencer

Existe alguém que está contando com você
Pra lutar em seu lugar
Já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer
E quando longe de casa, ferido e com frio
O inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando novos jogos de guerra

Que belissímas cenas de destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação

Veja que uniforme lindo fizemos pra você
E lembre-se sempre
Que Deus está do lado de quem vai vencer

O senhor da guerra
Não gosta de crianças
O senhor da guerra
Não gosta de crianças
O senhor da guerra
Não gosta de crianças...


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