quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Pé no chão

Quanto mais cedo houver a compreensão de que a realidade do América é de um estadual medíocre e que interfere exageradamente na preparação para a Série D, menos difícil será a tarefa. Infelizmente, não é assim que o América enxerga. Nem o América, nem sua torcida.

Há anos o estadual virou ciranda de treinadores e nada da equipe estabelecer um jeito de jogar aproximado de sua realidade, com muita entrega e enxergando que não há superioridade técnica suficiente para que se jogue massacrando quem quer que seja. 

O técnico que chegou mais perto de acertar a mão foi Renatinho Potiguar. A equipe em formação começava a entender sua força coletiva dentro dessa realidade e enfim conseguiu bater seu principal adversário dentro da casa dele. 

Só que Renatinho foi demitido depois de um 3x1 e à beira da semifinal. Leandro Sena assumiu e o América fez outro 3x1 rumo à final e foi batido pelo ABC na final com um empate.

Depois disso o jeito coletivo e trabalhador de jogar sofreu modificações significativas. De equipe em crescimento, o América voltou a ser uma equipe em formação. Há uma pressão para que se jogue ofensivamente a ferro e a fogo, sem que esta seja a característica deste elenco. 

Empurraram 3 volantes quando o time estava melhor com pontas velozes. Jean Pierre lançava até bem (Téssio melhor ainda), mas agora cheguei a vê-lo ultrapassar a linha do meio de campo para armar jogo, num desacerto esquisito.

Há desfalques e eles também cobram sua fatura, mas até por isso manter o encaixe tático anterior tornaria as trocas menos sofridas. 

Mas é isso. Escolheu-se bagunçar o tabuleiro no meio do torneio. Agora é paciência para a rearrumação das peças. Só que isso não existe no América e, claro, já começaram a pedir a cabeça de Leandro Sena, na velha inquietação de que quem está no cargo não presta, somente o outro (ou o que já foi, ou o que ainda vem). O importante mesmo é que não esteja aqui agora. 

Repito agora o parágrafo inicial. Quanto mais cedo houver a compreensão de que a realidade do América é de um estadual medíocre e que interfere exageradamente na preparação para a Série D, menos difícil será a tarefa. Infelizmente, não é assim que o América enxerga. Nem o América, nem sua torcida.

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