segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Besteirol de respeito


Para as pessoas que viveram os anos 90, a referência imediata é Corra Que A Polícia Vem Aí!. O filme era tão debochado que a personagem principal simplesmente não passava pelas portas dos cenários, e sim por fora delas. Eis o tom do que a gente encontra em Patrulha Médica.

A nova série da Netflix não tem a menor vergonha de se assumir um besteirol completo, com todas aquelas correrias nonsense que vemos em séries médicas e filmes de ação.

A cada episódio de aprocimadente 20 minutos vemos a Dra. Lola Pratt puxar uma trama maquiavélica de um vírus mortal que vai destruir o mundo. 

Para se ter uma ideia, logo no episódio inicial, ela precisa de uma carona num Honda Fit vermelho para ir do Childrens Hospital onde trabalha até a Universidade de São Paulo. É tão absurdo isso que as personagens precisam ficar reforçando o tempo todo que o hospital fica mesmo em São Paulo. 

Há muito mais coisas absurdas ao longo dos 10 episódios e alguns são tão bestas, mas tão bestas que não nos resta outro caminho senão rir de tamanha besteira. 

Sem querer dar spoiler, mas já dando, há um determinado diálogo do qual ainda não me recuperei. "Como você sobreviveu à quesa do avião?" "Não sobrevivi" "Se você é um fantasma, me diga logo".

Já dá para perceber que Patrulha Médica é mesmo um prato cheio para quem adora criticar os filmes que se levam a sério, mas que não têm enredo adequado para tanto. Esta série é plena exatamente no contrário - é um besteirol de respeito, daqueles que a gente precisa ver de vez em quando para rir de coisas tão absurdas e lesadas. 

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