segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

30 anos depois

Nos anos 90, existia o antecessor de todos esses clubes de assinatura de livros hoje existentes era quem dava as cartas. O Círculo do Livro tinha um conceito bem legal para quem gosta de ler: a gente recebia uma brochura com "n" opções de obras com suas sinopses a cada período de 2-3 meses e tinha que adquirir 2-3 unidades para manter a associação. Toda essa explicação é feita na confiança de que a minha memória não esteja a me trair.

Os livros todos tinham edições especiais da editora do clube, sempre com capa dura. Ou seja, você não encontraria aquela edição daquele jeito numa livraria física (na época, nem internet existia como hoje).

Eu fazia minhas escolhas, destaca o cupom da revista, postava no correio e esperava chegar a caixa com minha nota para pagar (ou pagava antes, não lembro).

Dentre as minhas empolgadas compras, muitos livros de Agatha Christie e vários outros de muitos tipos e autores e autoras para expandir meu universo de leitura.

Numa dessas expansões, adquiri Do Outro Lado da Mesa, de autoria de Leon Knopfholz e Jaime Aron Teig e empilhei na fila de leitura sem nunca, de fato, considera-lo como opção. Só que a pandemia me trouxe receio de morrer sem ter esgotado essa fila da minha biblioteca, então encarei a leitura.

(Imagem de minha autoria)

A intenção do livro de marketing não fica muito longe da baboseira da auto ajuda. Há coisas interessantes nele, mas há uma permanente sensação de que tudo é muito bem embaladinho apenas para que muitas páginas sirvam de linguiça para um punhado de frases efetivas. 

No caso, os 30 anos de separação entre a escrita e a minha leitura apenas provaram a minha tese: nenhuma das empresas citadas (nem a familiar vilã que podava o talento dos "meninos", nem as duas mocinhas estruturadas para dar vazão a esse talento aparecem mais em buscas na internet). Talvez o dinheiro do livro tenha sido tanto que os autores e suas famílias simplesmente decidiram viver destes louros. Quem sabe? 

A única coisa que achei legal foi a quase descrição do que se faz hoje para vender coisas para os usuários da internet, isso com 3 décadas de diferença. De resto, é daquelas leituras do tipo panfleto bíblico: a gente lê achando graça da mente que pensou aquelas fantasiosas associações e das mentes que vão crer piamente naquilo tudo.

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