domingo, 18 de outubro de 2020

Chutão atrapalha

Claro que nem sempre é possível sair com a bola dominada, mas o que se viu do América na Paraíba foi a velha receita para a tragédia, isso ainda no 1.° tempo.

Com pouquíssimo tempo de jogo, o time se engajou no velho chutão dos zagueiros para cima e não há condição física que aguente correr atrás de adversário o jogo inteiro, ainda mais no calor do horário do jogo.

Para piorar, Alisson Brand não se encontrou pela esquerda. Isso tudo, e ainda a ausência da dupla Felipe Guedes e Romarinho, fecha o firo para que a tragédia se concretizasse, mas felizmente não foi isso o que aconteceu.

Com um ataque espertíssimo no jogo e com Anderson Paraíba acertando bons lançamentos no 1.° tempo, o América tratou logo de abrir 2x0, dois gols de Wallace Pernambucano, um deles num pênalti conscientemente cavado por ele mesmo. 

Só que a conta de tudo que falei nos parágrafos anteriores começou a ser cobrada ainda no 1.° tempo. No 2.° tempo, o time da casa voltou naquele espírito "tudo ou nada" e já aos 16 minutos a impressão era de que o América rezava para que o fim (do jogo, claro) estivesse perto.

Alguns jogadores me chamaram mais a atenção, tanto positiva quanto negativamente. Anderson Paraíba melhorou muito a impressão que tenho dele. Xaves mostrou que pensa rápido. Everton Silva esteve abaixo do esperado, perdendo bolas bobas. Elias, de novo, longe do esperado. E Alisson Brand foi quase um pesadelo. Mas a recuada que quase virou um gol contra por cobertura de César Sampaio é lance de tamanha irresponsabilidade que inibe qualquer vontade de ver o jogador com a camisa do América novamente em campo.

A desgraça foi tamanha em relação à atuação que o time passou a se dedicar a fazer cera em campo. Nem sei quantos levaram cartão amarelo, mas o melhor zagueiro do América terminou expulso num lance de impedimento do adversário, prejuízo que atinge o time de Kobayashi até o jogo seguinte. Pelo menos esse trio de zaga que nunca mais se encontrou em campo especialmente nas saídas de bola não vai estar em campo na próxima partida. Isso já sinaliza uma volta ao rumo certo da saída de bola. É o que se imagina.

O jogo acabou em vitória do América (2x1, ufa!), mas eu espero que tenha ficado o alerta de que chutão para cima desgasta quem precisa marcar e principalmente quando a coisa tem início logo no 1.° tempo. Deu certo hoje, mas insistir num erro já pisado e repisado outrora é abusar da sorte. 

Valeu pelo excelente resultado, pela luta em campo. Porém, a luta sem organização mais aproxima da derrota do que da conquista. Que fique a lição! 

2 comentários:

  1. Agora eu entendo porque Kobayashi preferiu o 3-5-2. O Cesar Sampaio só pode ter entrado de má vontade. Mas, o time todo só quiz jogar um tempo. O WP foi disparado, o melhor em campo. Alem de um centroavante há a necessidade de um substituto para Rondinelli. Acho ainda que o Carlos Renato deve assumir a 6. Valeu pela vitoria.

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  2. Por falar em César Sampaio: nem de longe lembra o jogador do ano passado. Não ouvi falar o nome dele o jogo todo, só na atrasada bisonha que ele deu para Vitor Paiva e quase o América leva gol.

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