Quantas séries de desenho animado que você conhece mostraram um final para sua estória, especialmente sobre heróis e vilões? Só a resposta a essa pergunta já revela um dos grandes feitos de She-Ra e as Princesa do Poder.
Mas a série da Netflix não marcou seu nome na história apenas na temporada final, não. Ela é a primeira série de desenho animado de censura livre a ter personagens abertamente gays, sem que isso fosse transformado num tabu na estória. Os personagens simplesmente foram aparecendo e a estória se fixou em outros pontos de conflito.
A 5.ª e última temporada traz alguns clichês de desenho animado mesmo, está um pouco abaixo das outras temporadas (todas muito boas, sendo a primeira simplesmente fenomenal), mas consegue surpreender com um final também revolucionário, tanto pelo desenrolar de She-Ra como pelo fato já citado em relação à velha luta bem x mal.
A série ainda merece muitos aplausos por colocar as mulheres no papel que lhes cabe: donas de suas próprias vidas, sem dependência de personagens masculinos.
Aliás, sabem aquela velha intromissão de He-Man, tão comum em personagens femininos criados a partir do sucesso de personagens masculinos (Super Girl, Batwoman, etc., etc.)? Ela é simplesmente inexistente, já que ele nem citado é na nova versão, o que finalmente libertou She-Ra de uma certa infantilidade, apesar de ela claramente ser retratada entre a pré-adolescência e a adolescência.
Enfim, a série da Netflix criada por Noelle Stevenson (e que também interpreta Spinnerella) é um presente para antigos e novos fãs, especialmente por refletir o novo mundo em que vivemos. Difícil é não maratonar tudo de uma vez só.
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