terça-feira, 15 de novembro de 2016

Sinal dos tempos

Tentei achar algo sobre a superlua em 1948, mas não consegui. Queria saber a reação da população. Meus pais não tinham nascido ainda. Meus avós, que poderiam me dar mais informações a respeito, já morreram todos. Lembrei do cometa Harley em 1986. Dormi na noite de sua passagem. E até onde sei, ninguém conseguiu vê-lo no bairro onde moro.

Mas vivemos outros tempos. Internet na palma da mão, celulares com câmeras prontas a dar o flagra em foto ou vídeo, redes sociais para nos gabarmos de tais conquistas. 

No Podcast de sexta eu sugeri Ponta Negra para quem quisesse acompanhar o fenômeno. Agora me sinto culpada, embora eu também tenha sugerido a singela atitude de apenas ir para a calçada de casa. Quem seguiu meu conselho viveu um verdadeiro inferno para chegar a Ponta Negra. Saí da casa de Fernando, aniversariante do dia e que mora nas imediações da Ponta Negra Automóveis e o congestionamento chegava à igreja de Santo Agostinho por volta das 21h! Pobre de quem mora por ali.

É que a humanidade age mesmo como rebanho: aonde a vaca vai, o boi vai atrás. Natal em peso se deslocou para a orla para ver o bonito fenômeno, que já ocorrera em 16 de outubro e vai se repetir em 14 de dezembro, como se fosse o último dia de suas vidas. Tudo em nome de fotos de certas manchas no céu que seriam a prova do fenômeno. Gente, vocês não aprenderam ainda que somente câmeras ultraprofissionais conseguem captar a lua em todo o seu esplendor?  O belo fenômeno era para ser visto, não compartilhado pelas redes sociais. 

Fazer o que, né? Nem mesmo a superlua consegue colocar na cabeça desse povo que o que vale é viver, não postar fotos do que se vive nas redes sociais. 

Aguardemos 14 de dezembro.

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