Independente dos matizes ideológicos, as manifestações desse Brasilzão, tanto no dia 13 como no dia 15, são o mais puro reflexo do pleno funcionamento da democracia.
Sim, democracia é um exercício de tolerância ante a convivência de contrários sob os auspícios do respeito. Nada de ditadura da maioria esmagando minorias ou de mais fortes sufocando mais fracos.
Somente uma verdadeira democracia admite protestos contra o governo e até que sejam feitos pedidos esdrúxulos para acabar com essa mesma democracia, como nos casos vistos de cartazes clamando por uma inacreditável intervenção militar.
Pena é ver que há democratas e democratas. Há os verdadeiros e os falsos. Aqueles veem tudo com naturalidade. Estes entendem que toda movimentação que não se coadune com suas ideias é alienada, manipulada, típica de alguém despolitizado ou golpista. O mundo é reduzido por sua visão maniqueísta: bem x mal, nós x eles, povo x elite. Não veem que estamos todos no mesmo barco.
Espero que a presidente acorde enquanto é tempo e passe a aplicar as medidas que quer impôr apenas aos outros ao seu próprio governo, cortando pelo menos a metade de seus improdutivos 39 ministérios. Seria um ótimo indicativo de que as coisas de fato vão tomar outro rumo e de que entendeu o recado das ruas. Mas, pelo que se viu na entrevista dos ministros, tudo vai continuar como d'antes no quartel de Abrantes.
Houve um tempo em que político temia o povo na rua. Pelo jeito, esse temor fica restrito a ano de eleição. Pobres de nós!
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