quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dor ou dores?

Um só tipo ou vários? Obviamente vários. Há dor física e há dor emocional. 

Entre as físicas, há as latejantes, as contudentes, as lacinantes, as muito fortes, as suportáveis. 

Entre as emocionais, as de amor, seja o correspondido, seja o não correspondido. As depressivas. As de saudade. A da consciência. A da fome.

Umas mais, outras menos, mas todas dores. Todas maltratam. Todas clamando por alívio.

Uma, no entanto, não tem cura: a da ausência, especialmente de quem não volta mais. Machuca sem piedade por não ter hora marcada nem para chegar, nem muito menos para ir embora. 

E nunca vai. Ela adormece, finge que se foi, mas surpreende nas horas menos prováveis. Espezinha cruelmente os despreparados, sem qualquer perspectiva de acabar. Tortura inclemente até para os menos sensíveis.

A nós só resta esperar e torcer para que ela passe logo. Ou melhor, adormeça por mais um tempo, no seu ciclo sem fim. Até o próximo doloroso despertar. 


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