domingo, 14 de setembro de 2014

A visão de Marcelo Martelotte

Eu sei que é cedo para uma análise, mas se o treinador errasse todo mundo falaria. Por que não falar, então, quando acerta?

Ontem Marcelo Martelotte me encheu os olhos. Nem tanto pela escalação titular, já que fez o normal e só mexeu na lateral esquerda, o que prova que ele já vinha de olho no América ou sabe ouvir muito bem os que aqui já estavam.

Não vi o 1.° tempo do jogo. No entanto, o que vi no 2.° me deixou mais satisfeita. Arthur Maia caiu de rendimento? Foi substituído. Fabinho estava mais atrapalhando do que ajudando? Substituído também. Mesma história com Val? Substituição na cabeça. Todas certas. Ponto para Martelotte.

Aliás, se o futebol permitisse mais substituições, ele também teria tirado Thiago Chrystian, Rodrigo Pimpão e Max, talvez até Marcelinho. Todos em frangalhos no fim do jogo. Mas o futebol não permite, né?

E os que entraram deram ao América o domínio total e absoluto do jogo nos últimos 20-30 minutos do jogo. Daniel Costa, Wanderson e Jean Cléber recuperaram o meio de campo perdido para o Abc no início do 2.° tempo e só não deram ao América a vitória porque os outros jogadores que citei como possíveis substituídos não tinham mais fôlego para nada. 

Ao ser entrevistado, Marcelo Martelotte trouxe música para meus ouvidos: não gostou do time não jogar pelos lados e insistir em centralizar as jogadas. O uso do cachimbo faz a boca torta, Marcelo. Os laterais do América nem acertam mais cruzamentos de tanto tempo que passaram jogando apenas como defensores, arriscando-se ao ataque pelo meio apenas. Vão ter que reaprender a jogar pela lateral do campo até a linha de fundo ofensiva. Uma luta árdua para quem já joga na terça em Goiás.

Outra coisa: é hora de trazer Fabinho para jogar de volante. Jogando o tempo todo aberto, ele fragiliza o meio de campo do América e perde sua característica de surpresa. Pior: até a velocidade Fabinho perdeu - nenhum adversário fica mais para trás. Como volante, ele é um marcador incansável e que desarma as defesas adversárias com sua velocidade em contra-ataques. Aberto o tempo todo, ele é só mais um. Quem tem que passar fazendo triangulações com ele é Marcelinho. O mesmo seja dito do outro lado com Wanderson ou Thiago Crystian.

Assim, ver um treinador apontar o que já venho reclamando há muito tempo me enche de esperança de ver esse elenco assumir todo o seu potencial de praticar um futebol irresistível. Marcelo Martelotte conseguiu deixar uma 1.a impressão pra lá de positiva. 

Que consiga soltar esses laterais do Mecão para o bem de todos e felicidade geral da nação americana!

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