O jornalista Merval Pereira traz em sua coluna de hoje uma nova perspectiva para o repugnante comportamento de Jair Bolsonaro na presidência da República: estresse pós-traumático. Vamos aos trechos.
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Suas atitudes cada vez mais desabridas o levam a situações extremas com frequência. Quando recebeu aquela desazada bênção do bispo Macedo, da Igreja Universal, Bolsonaro chorou.
Recentemente, repetiu que às vezes acorda à noite, angustiado, como já fizera anteriormente, ao lembrar-se da facada que levou na campanha presidencial. O fantasma do drama vivido naqueles dias não abandona o presidente, que, como já escrevi aqui, pode estar sofrendo de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), que ocorre em pessoas que sofrem situações com risco de morrer.
Como decorrência do TEPT a literatura médica registra transtornos de ansiedade, de humor, anorexia nervosa, paranoia, narcisismo Muitos desses fatores estão presentes no cotidiano de Bolsonaro. A paranoia vem marcando a ação cotidiana do presidente. Os limites que lhe são impostos pela democracia o estão irritando, descobriu que não pode tudo.
Ameaçou não passar a presidência para o vice-presidente Hamilton Mourão enquanto estivesse no hospital, mas teve que recuar. Disse que poderia deixar um interino na Procuradoria Geral da República (PGR), mas vai anunciar o substituto de Raquel Dodge nos próximos dias, alertado de que poderia cometer um ato de improbidade administrativa se se omitisse.
Os permanentes atritos internos e externos podem ser atribuídos a transtornos de humor. Descobriu que sua caneta Bic (que agora abandonou por ser francesa) tinha muito poder. Anunciou em altos brados que quem manda é ele, mais ninguém. Comparou-se ao rei no jogo de xadrez. Disse que elegeu sozinho boa parte do PSL, partido pelo qual disputou a eleição, e que pode deixar a qualquer momento. Um narcisismo que cultiva cada vez mais.
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