Conferindo o Tour de France, uma competição de bicicletas rodando a França, ouvi um dos comentaristas falar a respeito de como começou sua paixão pela bicicleta.
Segundo ele, a culpa foi do filme E.T., de Steven Spielberg. Para quem não lembra do sucesso dos anos 1980, num resumo bem tosco, um adorável ET é resgatado por crianças que o levam de volta para seu planeta em suas bicicletas.
O filme fez tanto sucesso que até hoje é uma fofíssima atração do parque Universal Studios em Orlando, cujo final tem o ET agradecendo a nossa ajuda e dizendo o nosso nome!
Voltando ao comentarista da ESPN, ele falou que assim que saiu do cinema pediu ao pai uma bicicleta BMX, presente que então marcou a sua vida.
Imediatamente lembrei da febre da bicicleta nos anos 1980. Lembram de uma propaganda centrada num lembrete "Não esqueça a minha Caloi"? Não virava duas páginas das revistinhas em quadrinhos sem que aparecesse um lembrete desse para que recortássemos e deixássemos no caminho de quem deveria nos presentear com uma Caloi.
Também lembrei de quando ganhei minha primeira bicicletinha de rodinhas. Lembro exatamente do meu pai colocando a velha Brasília cor de vinho na garagem aberta e tirando aquela belezura amarelinha do porta-malas na volta para casa. Um presente daqueles fora de hora - não era o meu aniversário - nunca saiu da minha memória. No mesmo dia, ganhei sandálias Xeretinha vermelhas, de plástico, outra paixão inesquecível.
Fiquei pensando se a criançada de hoje em dia ainda sonha em ter uma bicicleta como a minha geração e as anteriores sonhavam. E nem me venham com smartphone de última geração! Nada supera descer uma ladeira de bicicleta com o vento na cara e uma sensação de liberdade indescritível.
E pedalar a primeira vez sem rodinhas? Nesse momento descobrimos que o céu é o limite para a vontade e a capacidade de superação.
Até a primeira queda estilo efeito especial de cinema nos marca para sempre. Superar o medo de passar por tudo aquilo de novo é uma lição de vida.
Há tempos não ando de bicicleta. Bateu uma saudade agora... Mas fiquei mesmo em dúvida se as novas gerações sabem bem o que é isso. Tomara que sim.
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