sábado, 20 de julho de 2019

Logo ali

Há 50 anos, a humanidade pisou na Lua. Eu nem havia nascido ainda, então só posso imaginar o frisson de quem teve a oportunidade de acompanhar esse pequeno passo para um homem e grande salto para a humanidade, parafraseando Neil Armstrong, o pioneiro em solo lunar.

Já li e ouvi de tudo. The Eagle (nome da cápsula que levava Neil Armstrong e Buzz Aldrin) penou para achar o local do pouso. Foram momentos de grande tensão ante o tempo que restava de combustível - pouco mais de 30 segundos - quando enfim a Águia pousou na Lua.

Muitas horas ainda se passaram depois do pouso para que enfim a primeira pegada humana fosse deixada no solo lunar. Foi nesse tempo que Armstrong escreveu sua célebre frase. Os equipamentos disponíveis à época para captação deste momento terminaram por perpetrar uma grande injustiça para Armstrong, vez que "engoliram" um importante artigo na primeira parte da frase, fazendo com que a frase soasse como "É um pequeno passo para a humanidade, um grande salto para a humanidade", algo bizarro quanto ao sentido.

Somente nos anos 2010 um pesquisador australiano conseguiu provar que Neil Armstrong não errara no inglês e que a falha era dos equipamentos que não conseguiram captar o artigo pela velocidade de sua pronúncia, transformando erroneamente singular em plural. Logo, nada de "It's one small step for men, one giant leap for mankind", e sim "It's one small step for A man, one giant leap for mankind", o que leva à tradução que nós, brasileiros, sempre fizemos da parte inicial. 

Buzz Aldrin, o segundo a pisar na Lua, já esteve no Brasil, em 2010, e aqui em Natal eu conheci há uns 20 anos um Aldrin batizado em sua homenagem.

Neil Armstrong também esteve por aqui, mas antes de pousar na Lua, em 1966, numa celebração da Semana da Asa.

O terceiro homem daquela expedição não pisou na Lua. Era o piloto da Apollo 11 Michael Collins.

A caminhada lunar de Armstrong e Aldrin, inspiração para o famoso moonwalk de Michael Jackson e foi embalada pela lindíssima Fly Me To The Moon, de Frank Sinatra, durou 2h21m. Sua transmissão foi a de maior audiência na História até ali, com mais de 500 milhões de pessoas que acompanharam desde o lançamento em Cabo Canaveral na Flórida até o momento de ouvir e ver aqueles dois homens desbravarem a Lua.

Algo que nunca me ocorreu foi qual seria o cheiro da Lua, que só vi ser relatado um dia desses ao conferir uma reportagem. Os astronautas de todas as Apollo que lá chegaram relatam que, ao voltar para a nave, estavam impregnados de um cheiro semelhante ao de pólvora queimada. Alguns até provaram o gosto e têm a mesma opinião. A textura lembra neve ou, segundo Aldrin, cinzas que sobram de carvão queimado.

Apesar de parecer algo distante do nosso dia-a-dia, a ida à Lua e todas as viagens espaciais trouxeram muitas coisas para a vida dos terráqueos, como tênis, forno de micro-ondas, travesseiros de espuma, e até avanços como corações artificiais. A lista é enorme e só prova a capacidade humana de inovar quando provocada pelas circunstâncias, especialmente as adversas.

Amrstrong já não está mais entre nós. Aldrin e Collins, sim. Hoje é dia de agradecer a eles e a todas as pessoas que nos permitiram sonhar que a Lua é logo ali.

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