A Tribuna do Norte de ontem republicou reportagem do Deutsche Welle na página 4 do caderno de economia destacando a inflação que atingiu o real, a moeda brasileira da estabilidade, desde 1.° de julho de 1994. Compartilho os trechos que achei mais interessantes.
Real acumula inflação de 508,10%
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Muitos ainda se lembram de ir à padaria nos anos 1990 com uma nota de R$ 1 e voltar para casa com 10 pãezinhos - uma rotina impraticável hoje em dia. De 1.° de julho de 1994 até maio deste ano, o real acumulou inflação de 508,1%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do país.
Em uma comparação simples, hoje R$ 6,08 equivalem ao que há 25 anos vinha estampado na nota de R$ 1, já extinta da circulação nacional. Apesar do índice, que à primeira vista pode parecer elevado para os jovens que não vivenciaram a escalada diária de preços, o real completou 25 anos em circulação na semana passada e se tornou a mais longeva moeda da história contemporânea do país.
De fato, ele foi decisivo para derrubar os índices galopantes de aumento dos preços, que se avolumaram desde a década de 1980 com novo ápice em 1993, ano da montagem da equipe econômica responsável por elaborar a proposta. Apenas no primeiro semestre de 1994, quando as moedas ainda eram o cruzeiro e o cruzeiro real, a inflação oficial acumulou 757%. Nos 12 meses anteriores à implantação da nova unidade monetária, totalizava 4.922%, segundo o Banco Central. O índice, que finalizou 1994 com 916%, caiu para 22% em 1995.
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Para se ter uma ideia dos altos e baixos que a moeda brasileira enfrentou desde que começou a circular, o dólar - ao qual o real esteve equiparado em seus três primeiros anos - teve apenas 75% de inflação de 1994 até hoje, segundo o Consumer Price Index (CPI), do governo americano, índice equivalente ao IPC brasileiro.
Valorização
Houve um período, aliás, em que R$ 1 valia mais do que 1 dólar. Nessa época, entre julho de 1994 e junho de 1996, (...) o modelo econômico engatinhava.
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Desafios para a economia pós-inflação
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[Raul] Velloso (...) afirma que há discussões entre economistas que já põem em dúvida se a reforma por si só terá capacidade de reaquecer os motores econômicos.
"Hoje, o problema da inflação foi substituído por outro. E a pergunta que se faz é: por que a economia não começou a se recuperar? Por que o gatilho do crescimento ainda não foi disparado? Aí entrou a reforma da Previdência, apresentada com a seguinte colocação: 'Se aprovar a reforma, o crescimento volta.' E hoje já está todo mundo contestando isso. Pode ser condição necessária, mas não é suficiente," diz o ex-funcionário do Ministério do Planejamento.
Reforma tributária e abertura para o exterior são outros elementos já apontados como necessários na sequência.
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