O povo americano, em sua essência, não é um povo reticente a estrangeiros. Nem poderia. Os Estados Unidos em si são fruto de várias levas de imigrantes, a primeira majoritariamente de britânicos fugindo da repressão religiosa que então imperava no Reino Unido.
Um belo reflexo disso é a cidade Miami, cuja população tem 70% de não falantes de inglês como língua original.
A música também ilustra bem essa abertura. Há dois anos eram dois estrangeiros - o canadense Justin Bieber e a britânica Adele - que dominavam de forma quase absoluta as rádios americanas, como constatei diariamente ao ligar o rádio do carro quando estive por lá no inverno.
Mais recentemente, no mês passado para ser mais precisa, o rapper canadense Drake tornou-se o artista com mais hits no Top 10 americano num mesmo ano. O recorde anterior, que durava mais de 50 anos, pertencia sabem a quem? Ao grupo britânico The Beatles.
E olha que nem falo dos latinos que arrasam/arrasaram nas paradas musicais de lá.
De fato, cultura não combina com preconceito, não é mesmo?
Vejo diferente. Os americanos exercem dominação ideológica, e quem vai de encontro aos ideais deles sofrem pressão, retaliações de ordem política e econômica, em último caso sofrem com invasões militares. Quando João Goulart apresentou as Reformas de Base que permitiriam ao Brasil um desenvolvimento autônomo, a burguesia brasileira e militares contaram com o apoio de frotas americanas preparadas para invadir o país via Espírito Santo garantindo o golpe de 64. Lógico! Os Estados Unidos não querem perder seu domínio imperialista sobre nós latinos-americanos. Do ponto de vista cultural, acho os americanos majoritariamente bregas. Nossa cultura tem mais qualidade e classe, porém, estamos nos enfraquecendo culturalmente, justo pelas influências norte-americanas que prejudicam nossa identidade cultural. A correlação entre Donald Trump e Jair Bolsonaro não é acaso.
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