sábado, 22 de setembro de 2018

O que eu perguntei a Luizinho

Mais uma vez tive a enorme sorte de comparecer a uma entrevista coletiva do América, dessa feita, para apresentação do técnico Luizinho Lopes e dos novos membros de sua comissão: Lawrence Borba, preparador físico, e Victor Hugo, analista de desempenho.

Na oportunidade, fiz três perguntas já no fim da coletiva para o novo treinador americano. Vamos a elas e, obviamente, suas respectivas respostas.

De 2015 para cá, o que mudou no América, daquele momento em que você saiu e quando chegou agora, e o que mudou em você?
Primeiramente, quando eu cheguei aqui, eu já me deparei com um ambiente mais estruturado a partir da sede. Eu ainda não voltei ao CT com relação à questão estrutural, mas já existem indicativos de melhoria. O pouco tempo que eu conversei com Jocian, ele já me deu várias novidades. Eu acredito que as coisas crescem muito nas crises. A gente não pode negar que existe uma grande crise com relação sobretudo à categoria em que o clube se encontra hoje com relação à divisão, que é isso que determina o patamar do clube, porque com isso vêm as cotas, o patamar financeiro. Mas vejo também na construção do estádio uma grande oportunidade para ressurgimento. Isso vai ser uma arma potente que nós vamos ter. Um dos motivos que me fizeram também acreditar, porque eu já estou pensando na estratégia, não é só dizer que vou ser técnico do América, já na estratégia de jogo em si, a Arena [América] será de fundamental importância. Geralmente quando você constrói um estádio novo, quando um clube se inicia, ele tem sucesso. Eu vejo nisso uma renovação gigante. Vai ser um marco. Isso é uma grande oportunidade. Com relação à questão de estrutura é isso. Essa questão de ter a Arena [das Dunas] ali à disposição também. No início, ali em 2015, eu participei. Continua com a Arena também e isso nos dá uma condição fantástica como clube. Administrativamente, eu ainda vou me inteirar mais. Com relação à minha condição, adquiri muito mais experiência. Acho que com a vivência do dia-a-dia na prática é que você consegue ir aprimorando os seus conhecimentos, dando segurança. Hoje eu garanto a você que eu chego no América muito mais preparado do que eu era em 2015. Passou aí um tempo não muito longo, mas foram dias intensos de muita dedicação ao futebol. Isso nos dá a preparação para a gente iniciar o trabalho. Eu diria para você que eu chego muito preparado para esse momento. Obviamente que os resultados é que vão garantir se esse nível de preparação é suficiente para a gente dirigir o América. Mas o nível de preparação eu creio que casou com o momento. Acho que foi o momento ideal para vir para o América.

Sem ter visto ainda as contratações, qual o perfil que você imagina do time em campo?
O América sempre primou por ter um futebol vistoso, um jogo bem jogado, jogadores técnicos, um futebol de qualidade. Nos melhores América, sempre tivemos ótimos meio campistas, um jogo vistoso. Desde os acessos à Copa do Nordeste. E é um jogo que eu gosto de praticar, um jogo bem jogado. Nós teremos 2 praças que nos darão essa condição. A nossa Arena, que eu tive oportunidade de treinar lá com o Confiança, ficou fantástica. Eu até queria elogiar o gramado top. O da Arena  [das Dunas] também. Então, isso vai nos proporcionar um treino com qualidade para que a gente possa trazer os jogadores que nos dê essa condição de ter um jogo que a gente prime pela posse [de bola] quando a gente esteja com ela, não fique rifando, que a gente tenha um jogo bem jogado, vistoso, que o torcedor gosta de assistir. Obviamente que isso requer tempo para a gente criar uma identidade para a gente enraizar. Mas vejo nos 2 meses de pré-temporada uma oportunidade para a gente já iniciar com uma cara. A ideia será essa. Obviamente que, sem a bola, um time muito competitivo. Nós vamos trabalhar todas as fases do jogo para que a gente tenha competência com a bola, que não seja um time que se [desfaz] da bola a qualquer custo, que seja uma equipe consciente, que busque jogar de forma organizada através de ações, e sem a bola uma equipe competitiva, o que pede o futebol. Não poderia dizer "Ah, quero uma característica" e você vai ter só uma característica. Tem que ser uma equipe que atinja os objetivos em todas as fases do jogo - o momento ofensivo, o momento defensivo, as transições, a bola parada. Então, a gente vai pensar inclusive com relação à estatura da equipe, que hoje é uma fase muito importante do jogo. Tem muita coisa para a gente trabalhar, mas eu diria para você que a gente idealiza um futebol vistoso. E aí queira Deus que a gente consiga contratar realmente quem a gente almeja. Nós vamos para uma realidade de Série D em que você não vai encontrar uma grande maioria de jogadores com nível técnico tão acima, mas jogadores que a gente consiga construir um jogo decente para que a gente possa conquistar bons resultados. 

Já tem uma data para a pré-temporada?
A gente está trabalhando em meados de novembro. Ainda vamos cravar uma data. Como eu falei, é recente. Na segunda-feira que a gente fechou, mas a gente já está começando a trabalhar nos bastidores. Um outro grande motivo, como eu frisei, essa oportunidade de fazer uma pré-temporada com tempo. Até isso me motivou. Eu gosto de ter um tempo para a gente organizar. Nós vamos ter 2 meses, 8 semanas, para trabalhar todas as fases do jogo com muita tranquilidade, realizar os amistosos. Então, não vou ter o que reclamar com relação a tempo de trabalho para início. Me preocupa não ter uma base. Ainda estamos em fase de conversação. Nós vamos ter que remontar a equipe. Eu acho que até deve porque a gente tem que tentar reconstruir uma equipe vitoriosa, o que, de fato, nós não tivemos na última temporada, respeitando obviamente... isso aqui é um processo natural do futebol. Mas eu acho que também existiam algumas coisas positivas que se a gente puder dar continuidade... tinham muitos jogadores interessantes nessa temporada. Nós vamos tentar aproveitá-los. Mas esse tempo muito me motiva. Vai dar para a gente fazer um bom trabalho. Eu não vou ter desculpa, que geralmente os treinadores do futebol brasileiro têm: "Ah, eu não vou ter tempo de fazer uma pré-temporada". Excelente o tempo e a condição que a diretoria do América nos dá. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário