quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Coisas incertas

Talvez a culpa seja das estrelas (ou da astrologia, segundo os que creem). Sendo taurina, gosto de estabilidade. Não que seja totalmente avessa a mudanças, entretanto, tenho que ter a motivação correta para tanto.

Não seria diferente com comida nem com restaurantes. Quando um cai nas minhas graças, convencer-me a experimentar algo novo pode ser um suplício. No caso da comida japonesa, então, é uma verdadeira tragédia. Nesse caso, a comida em si é uma delícia, mas é cara e não é todo mundo que sabe preparar. Fico sempre com um pé atrás antes de experimentar o sushi de algum lugar. Por isso, frequento de verdade poucos locais e sei exatamente o forte e o fraco de cada um.

O ponto fraco de Takami e Lotus, os dois melhores exatamente nessa ordem, sendo o Takami inquestionavelmente o melhor, é não abrir para almoço. Ambos já tiveram a experiência em alguns dias (o Takami, sextas, sábados e domingos; o Lotus, só domingos), mas tiraram de mim a refeição de que mais gosto sem maiores cerimônias. Hoje só abrem para o jantar.

Em busca de um almoço decente, já peregrinei por King Sushi, em Nova Parnamirim, Nemo, tanto no Shopping Cidade Jardim como em Petrópolis (ou Tirol?), e Kojin em Tirol. No King Sushi, é preciso estar preparado para se sentir um nada. Há (ou pelo menos houve sempre que lá estive para almoço) uma gritaria típica da casa de alguém entre funcionários e filhos dos proprietários. Os clientes são meros detalhes. Para quem almeja calmaria para uma refeição, o ambiente consegue ser pior do que a praça de alimentação do Midway Mall, já que nesta pelo menos sabemos o que esperar.

No Nemo, de vez em quando os garçons são meio blazés, especialmente na unidade do Cidade Jardim. Não gosto dos sushis tradicionais (meus preferidos absolutos) de lá. Mas eles têm o melhor temaki que já comi: kani sake, especialmente quando peço sem cebolinha. Também têm o melhor gengibre e uma ótima opção de almoço executivo combinando uma entrada, que pode ser esse temaki, e um combinado, que, infelizmente inclui sushis fritos, de longe, os mais detestáveis. Só que os de lá são bons, pelo menos para quem quer almoçar num preço até razoável (já mencionei que comida japonesa é cara?). Hoje eu prefiro a unidade em Petrópolis/Tirol. Pelo menos os sashimis de salmão não vêm congelados. Porém, sinto falta da enorme simpatia da funcionária do caixa da unidade Cidade Jardim. Nem tudo é perfeito.

O Kojin era o mais próximo no sabor (e no preço!) do Takami. Sashimi de salmão poderoso. Mas também de vez em quando um clima de estou-no-meio-de-uma-discussão-de-família, embora o atendimento seja até cordial. Tinha mais um ponto alto a seu favor: abria todos os dias para almoço. Felicidade extrema. Até um sábado em que cheguei lá às 12h30 (abre às 12h) e dei de cara com a porta fechada sem qualquer aviso, embora claramente houvesse movimentação no interior. Imaginem aí a frustração de quem adora estabilidade e tem o almoço como a mais importante refeição do dia, capaz de arruinar o humor se for ruim até que o dia seguinte chegue. O Kojin então cometeu o maior pecado de todos e foi riscado da minha lista.

A experiência me fez retornar ao Nemo em Petrópolis/Tirol e descobrir que os sashimis de salmão de lá não vêm congelados como citei acima.

Se não cito outros é porque não valem a pena. Comer sushi em self-service entupido de cream cheese passa muito longe da verdadeira experiência de um sushi fresquinho, feito na hora.

Enfim, choro muito a falta de estabilidade dos restaurantes japoneses em Natal. Ah, se eles soubessem que como muito mais no almoço do que no jantar...

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