O rebaixamento do América já estava desenhado há muito tempo. Muito tempo mesmo. Frisei isso desde a rodada passada e também no podcast de hoje de manhã por tudo que já ressaltei.
Desde que o treinador Thiago Carvalho assumiu o comando técnico, não houve um só momento em que o time não fosse um amontoado em campo. Para quem entende o mínimo de futebol, isso era algo que saltava aos olhos.
Dado o substituiu tarde demais. Mudou pouca coisa, houve uma discreta melhora porque o time passou a ter algum sentido de coletividade, mas não durou muito. Dado embrenhou-se por tempo demais em manter erros crassos, como Luan Salles na direita, e em se perder totalmente nas mexidas feitas principalmente durante as partidas, mas também no time titular. Foi a pá de cal.
Hoje, por exemplo, Rael nem deveria ter sido escalado na marmota que foi e muito menos ter permanecido em campo até o final da partida. Não é possível que um treinador de futebol profissional não consiga enxergar que ele, além de um a menos, era um a mais na entrega de bolas ao adversário.
Por falar nisso, o pessoal que decidiu as contratações fez por merecer esse rebaixamento. 300 mil laterais direitos e esquerdos inoperantes, volantes sem pegada, apenas para desfile. Uma porcentagem mínima dos que chegaram para a Série C eram de fato melhores do que os que aqui já estavam. A maioria esmagadora ou era do mesmo nível, ou pior.
Se já era inadmissível que o América estivesse na Série D por tantos anos, ainda mais inadmissível é estar agora, depois de ter subido como campeão e ter cofres inundados por dinheiro a ponto de sair queimando reais em multas rescisórias inaceitáveis como as do técnico Thiago Carvalho e a do volante Vinícius Paulista.
Só quem não mereceu esse rebaixamento, como sempre, foi a torcida do América. E é ela que vai amargar mais uma temporada no inferno da Série D.
Parabéns a todas as pessoas que se empenharam enormemente para isso. Sim, porque foi preciso um esforço hercúleo para que o América virasse um time afundado na zona de rebaixamento e freguês do Floresta. É torcer para que um dia esse mesmo esforço seja feito na direção certa, da melhora esportiva, do trabalho bem feito, consistente, que tem início de verdade na pré-temporada e segue até o final da temporada.
Vem aí mais uma pré-temporada. Exatamente como a dieta que se inicia a cada segunda-feira e o novo ano que será bem melhor, teremos mais uma promessa de que agora será para valer, que o elenco vai se preparar até mais cedo para chegar melhor para o torneio de pré-temporada, (que é o que vale mesmo, nada de que a prioridade é sair da D, embora todo mundo jure de pé junto que é exatamente o contrário). Na 5.ª ou 6.ª rodada, troca-se o comando técnico. Mais uma ruma de jogadores vai embora e outra ruma chega. Com mais 5-6 rodadas, o comando técnico já estará carimbado como sem condições de dirigir o time na D. Outra troca com poucas rodadas da fase de grupos...
Nem vou digitar mais porque é muito cansativo o América viver preso no modo "repeat". Se algo for feito de forma diferente ao longo de 2024, terei o maior prazer em aplaudir.
Existe um ditado em inglês que diz que se você me engana uma vez, a vergonha é sua; duas vezes, aí a vergonha é minha. No caso do América, pelas últimas décadas, parece que a sem-vergonhice é mesmo crônica e compartilhada.
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