Tudo parecia encaminhado para enfim o calvário americano na Série D terminar. Elenco campeão estadual, grupo unido, vitórias advindas em momentos de pressão.
Mas havia um time baiano, mais um, para ser a pedra no caminho americano. E, de novo, a infelicidade de um lateral esquerdo. Se em 2017 foi Danilo que perdeu um incrível gol que colocaria o América em vantagem lá em Juazeiro, hoje foi Kaike que abriu (e definiu) o placar para o adversário em Riachão do Jacuípe, isso quando o América estava melhor na partida.
Se houve muitos acertos pelo caminho, contra a Jacuipense dois erros de Moacir pesaram. No primeiro jogo, a saída de um Hiltinho mais ou menos para a entrada de um absolutamente fraco Mikael. Ali morreu o América no 1.° jogo.
No segundo jogo, a saída do regular (mas brigador) Franco para a entrada do absolutamente inoperante Hiltinho matou de vez as chances do América. E mandar bola para a área o tempo todo tendo mantido Max no banco para a entrada de Paulo Renê é de assustar por tamanha ilogicidade. Quantas bolas de cabeça Paulo Renê ganhou somando todas as suas participações e treinamentos? Gostaria de saber.
Poderia falar também da insistência nos 90 minutos com Adriano Pardal, mas acho que não é mais a hora.
Ficou alguma lição? Deveria ficar. Manter uma base e confiar num treinador deveria ser a primeira. Esse elenco mostrou seu valor e apontou também suas deficiências para os necessários reforços. Moacir também mostrou valores e deficiências. Mas se alguém na direção não confia no técnico, essa é a hora de corrigir o rumo. Porque se houver a decisão por sua permanência, ela deve ser incontestável, até que o fim da próxima Série D chegue, igual a um casamento. Mudar tudo por duas ou três decepções no estadual atrasa sobremaneira o crescimento do elenco, algo vivido mais uma vez neste ano.
Ter um elenco conta do chá também cobra a conta nos horários mais inapropriados. Imaginem que o América chegou a ficar sem um volante disponível para os treinamentos ante a suspensão de Leandro Melo. E hoje a contusão de Joazi impediu a saída de um Kaike que mais errava do que acertava após a infelicidade do gol contra.
No mais, repito o que eu já vinha dizendo: a eliminação do América neste ano foi causadora de grande injustiça para um elenco tão comprometido. Mas quem foi que disse que mata-mata é justo, não é mesmo?
Segue a Jacuipense, que tem bom conjunto, mas não se arriscou a atacar o América nem dentro de casa, sempre preferindo os contra-ataques, algo muito semelhante ao que o Globo havia imposto ao alvirrubro ainda no estadual nas duas vezes em que se encontraram (2 vitórias do time de Ceará-Mirim).
É uma tristeza ver um clube da grandeza do América nesta situação, tendo feito seu último jogo da temporada em 7 de julho.
Contudo, há tempo suficiente para pensar e analisar essa temporada e projetar a próxima para que, enfim, esse calvário termine. E na próxima temporada a Copa do Nordeste trará novas perspectivas para a preparação do ano inteiro.
Enfim, não há noite que não termine. Só não foi dessa vez.
O que dizer de uma eliminação sem o adversário ter feito 1 gol sequer por seus próprios méritos? E ainda perdeu um pênalti, que diga-se de passagem, não foi. Fica o aprendizado de que, até para a série D, só ter time não basta. No futebol há competência, mas a sorte tem que ajudar também. O gol de hoje só me lembrou um gol contra de Marcelo Fernandes que nos tirou um título estadual. Jogadas como essa só acontecem a cada 10, 20 anos. Kaike ia chutar para um lado e a bola tomou uma trajetória totalmente diferente. E hoje mais uma vez, para infelicidade da nossa incrível torcida, desse time batalhador e da diretoria abnegada, voltou a acontecer conosco e nos trouxe o gosto amargo da eliminação. Perdemos para nós mesmos. Mas não adianta mais lamentar, que venha 2020! E como você bem disse: não há noite que não termine.
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