terça-feira, 1 de maio de 2018

Com cara de Série D

Sofrida. Poderia não ter sido assim, mas foi desse jeitinho a primeira vitória na Série D 18.

E nem adianta teorizar muito. O time de Ney da Matta é o que se chama agora de "reativo": joga no erro do adversário. Às vezes aguarda esse erro; às vezes o provoca. Mas é um time empenhado no que faz. Segue a linha de comando do treinador.

O América abriu o placar com gol de Adriano Pardal de cabeça, no melhor estilo centroavante. Mas como ele se desgasta nesse 4-3-3! Podemos dizer o mesmo a respeito de Flávio Carioca. O cara é alto, tem um cabeceio mortal, mas ninguém lhe cruza uma bola decente. Por falar nisso, será que Ney da Matta anda treinando cruzamentos no América? O índice de bolas desperdiçadas nesse fundamento é altamente irritante. A dispensa de Guilherme é a melhor personificação disso.

Apesar de jogar em casa e estar à frente no placar, o América não conseguiu acalmar o jogo em um só momento do 1.° tempo. É o tal do jogo reativo. Fez bons contra-ataques, mas nada de matar o jogo.

No 2.° tempo, numa bobeira, o América foi pego de calças curtas num contra-ataque. Mas o que faltou a Diego Negretti foi zagueirar mesmo. Aliás, eu diria que falta cair essa ficha para todo o América: diretoria, jogadores, torcedores, todos precisam entender que isso é Série D, e não se vai muito longe numa competição sem muita técnica se não houver muita seriedade e luta. A falta do chutão terminou em pênalti para o Guarani, muito bem cobrado por Diego Recife.

Se se pode tirar algo de bom de algo muito ruim, América e Negretti entregaram-se de corpo e alma em busca do gol da vitória. Parecia mesmo questão de tempo o gol redentor de Negretti. E ele veio aos 49 minutos num cabeceio de seu companheiro de zaga Jadson. 2x1 num jogo típico de Série D e típico dos times de Ney da Matta.

Individualmente, mesmo com alguns senões, gostei de Fred, Rodney (lembrou as atuações equilibradas  que vi no Tombense), Negretti, que finalmente deixou a frieza de lado e mostrou um certo sangue nas veias, Jadson, Danilo, Jonathas como 1.° volante, Luiz Fernando nas puxadas de contra-ataque, Murici e Wandinho. Adriano Pardal fez o gol que me fez não reclamar de seus erros. 

Não gostei de Leozinho, Vanvan, mais preocupado com talento individual do que eficiência coletiva, e Sapé, que ainda me pareceu um tanto quanto perdido em campo, mas com boa visão de jogo em determinados momentos. Também não gostei do desempenho ofensivo de Flávio Carioca. Conduziu quando deveria passar e passou errado quando deveria conduzir. Só que ele compensou isso com boas tiradas de bola nos cruzamentos defensivos.

Em geral, foi um jogo de Série D. Não faltou raça nem vontade. Quem quis mostrar muita técnica terminou passando vergonha (e aqui não me refiro apenas a Negretti, não). Série D é muito feijão com arroz mesmo. E para sair dela estamos aceitando qualquer negócio, inclusive jogo feio, embora nem tão feio como contra o Imperatriz, e gol aos 49 minutos do 2.° tempo.

América é líder do grupo e não pode nem pensar em não ser ante a perspectiva de baixa pontuação do grupo, o que pode eliminar o 2.° colocado.

Então, que essa pegada seja mantida contra o Belo Jardim!

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