Festival de erros

O técnico Ney da Matta e o time em si promoveram por ocasião do jogo Guarani 2x3 Guarani um verdadeiro festival de erros.

Inicialmente, na escalação. Colocar André Santos - assim como Ney já inventara Daniel no jogo anterior - é clamar para que o time adversário faça gols. Só para se se ter uma ideia do negócio, antes mesmo de o Guarani marcar o empate, André Santos havia presenteado o adversário em dois lances. Para completar, ainda acertou uma cabeçada em Danilo em virtude de discussão que cortou o rosto do lateral e poderia ter levado o América a jogar com um ou dois a menos. 

Lopeu no ataque também era erro, mas nesse caso virou acerto. Numa noite inspiradíssima, o atacante que não aguentava nem 15 minutos em campo - e que terminou o jogo com terríveis câimbras - marcou os 3 gols que deram a liderança e a classificação ao América. Alguém duvida que esses gols são o grande sinal de que o América, além de subir, será campeão? 

Wandinho no meio é outra maluquice. Além de apagar o jogador, que é bom ponta, Ney da Matta nem se compadece de colocar o jogador em sua real posição durante o jogo e descansar um titubiante Adriano Pardal. Wandinho sempre é substituído e Pardal, com meio palmo de língua para fora, mantido.

Não posso nem reclamar muito da entrada de Sapé pela falta de opções na posição. Imagino que o bom Rodney tenha saído pelo cartão amarelo. Mas também dá para desconfiar que seja só mais uma na conta do padrão de substituir mal de Ney da Matta.

E a insistência com Murici? Dá para explicar?

Para variar, o América sumiu depois das substituições. O time ficou com alguns jogadores esgotados, um inexistente (Murici), um mata-jogadas (Sapé) e um guerreiro contudido em campo (Jonathas).

A condição física pela falta de cuidado do treinador quase deixa o time com um a menos. Houve até um lance em que cheguei perto de morrer de raiva, quando Jonathas, mancando, deu um pique para que a bola não se perdesse no ataque, conseguiu com muito esforço cruzá-la na área e Adriano Pardal, já nos últimos pingos da reserva de combustível, não fez nem menção de tentar alcançar a bola. Será que Ney da Matta não viu isso? Será que ele nunca vai aprender a preservar mais seus jogadores? Será que um dia ele vai mexer certo na equipe?

Além de Ney, os atacantes, com exceção de Lopeu, fizeram questão de perder chances absolutamente incríveis. Duas - uma de Adriano Pardal no 1.° tempo e uma de Lucas Silva no 2.° tempo - foram imorais!

A vitória veio na garra e na iluminada estrela de Lopeu. Ney da Matta continua sem enxergar o jogo e mexendo muito mal mesmo na equipe. Ontem, ainda escalou mal. Essa conta pode ser cobrada num momento em que o América enfrentar um time de mais qualidade do que seus fracos adversários no grupo A6.

Para fechar os erros, na programação do América para o resto da semana não há um só treino no Barrettão, palco da rodada que definirá o 1.° colocado do grupo, com o Orgulho do RN jogando pelo empate. Pode ser que não tenha ocorrido liberação pelo Globo. De todo jeito, é inaceitável que o América jogue em casa sem nem ter ideia de acomodação ao gramado, como se fosse um visitante.

O América segue invicto e líder. E agora classificado.