Juízes em geral têm que viver diariamente a máxima da mulher de César: não basta ser honesta, é preciso parecer honesta.
Na capa da Tribuna do Norte vejo em destaque a seguinte declaração do Ministro do STF Gilmar Mendes, ao votar contra a homologação monocrática das delações premiadas:
"É um novo direito penal, é uma nova jabuticaba, é o direito penal constitucional de Curitiba."
E qual é o problema? É que o Ministro encarnou o papel de líder de torcida contra a Lava-Jato coincidentemente quando ela começou a atingir a turma de seu amigo de todas as horas Michel Temer. E é de todas as horas mesmo! Ontem, a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, reportou que o presidente Michel Temer repetiu o padrão Joesley Batista e se encontrou tarde da noite com Gilmar Mendes na casa deste, tudo devidamente fora da agenda presidencial. Isso às vésperas do voto acima.
Receber um acusado praticamente na véspera de votar em processo de interesse daquele não me parece uma atitude de mulher de César. Especialmente quando o encontro é feito na casa do Ministro, na calada da noite e sem registro oficial.
O Brasil não pode se dar ao luxo de ter um judiciário desacreditado. E Gilmar Mendes não está nem aí para isso. Ou está?
Receber um acusado praticamente na véspera de votar em processo de interesse daquele não me parece uma atitude de mulher de César. Especialmente quando o encontro é feito na casa do Ministro, na calada da noite e sem registro oficial.
O Brasil não pode se dar ao luxo de ter um judiciário desacreditado. E Gilmar Mendes não está nem aí para isso. Ou está?
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