Em entrevista à Tribuna do Norte desse domingo (capa do caderno de esportes), o técnico do América Leandro Campos falou sobre o trabalho que está desenvolvendo no clube e a grande expectativa para a Série D 17. Vale a pena conferir o que pensa o treinador alvirrubro (transcrição conforme publicação):
"Você volta a Natal mais uma vez numa missão de resgate, o seu trabalho hoje no América é mais difícil que no tempo do ABC?
Não era dessa forma que eu gostaria de iniciar esse trabalho no América. Gostaria de ter um pouco mais de conforto, principalmente em relação a formação da equipe. Não é fácil realizar uma reestruturação, principalmente numa categoria como a série D, onde a escassez de atleta é muito grande. Isso esta obrigando a diretoria e a comissão técnica a realizarem um esforço muito grande na montagem desse novo elenco.
Como que espírito esses atletas chegam ao clube?
É preciso os jogadores acreditarem no projeto do América. Nosso pensamento não é apenas a missão na série D, vai além disso e, dando certo o trabalho que está se iniciando, será um projeto visando a próxima temporada, com novos objetivos. Será um processo longo, nossa ambição é, se Deus ajudar, a gente estar na série C no próximo ano. Infelizmente é dessa forma que estamos iniciando o trabalho, pois eu gostaria que o clube já dispusesse de um embasamento de equipe vindo do Estadual. Isso nos criou um obstáculo maior e hoje, faltando praticamente cinco dias para nossa estreia, não posso considerar nossa equipe pronta para o início da competição.
O trabalho técnico então serpa intensificado nesta última semana?
Queremos nesta última semana delinear uma forma de jogo, melhorar o rendimento físico e técnico dos nossos atletas para que a gente tenha o mínimo de condição de organização e capacidade física é técnica para superar as dificuldades da estreia.
O que você sabe sobre a equipe do Murici-AL?
A equipe do Murici, diferente da gente, já possui o embasamento do Campeonato Estadual e queira ou não, na minha opinião, o futebol alagoano hoje está um pouco à frente do que é apresentado no Rio Grande do Norte. O grau de dificuldade do campeonato deles é maior do que o daqui, já trabalhei lá e seu muito bem disso e o Murici foi o quarto colocado lá. Além disso, manteve a equipe e ainda está trazendo reforços. Todos nós temos de ter a consciência que esse início de série D será muito difícil para o América. Nós teremos de buscar um ponto de estabilidade muito cedo, não podemos buscar subterfúgios e transferir a responsabilidade sobre o rendimento da equipe. Não temos a base, tivemos de remontar um grupo às pressas e espero que esses atletas, pelo potencial técnico que possuem, consigam dar a resposta que todos esperamos.
O problema é a remontagem?
Pelo embasamento da equipe, levando em consideração a continuidade do trabalho realizado nos estaduais, sim. Não tenho nenhuma dúvida em relação a isso. Acredito que dentre as 68 equipes que disputam a série D, o América seja o único que tenha sido completamente desfigurado. A grande maioria dos clubes mantiveram a base devido à proximidade do término de uma competição e o início da outra. Mas também não é por que nós não tivemos esse embasamento do Estadual, que iremos ficar num grau de desigualdade em relação aos adversários. Compete aos atletas e a comissão técnica buscar os ajustes para que possamos nos igualar aos adversários, principalmente, no que se concerne a entrosamento. Sabemos que é difícil, mas temos de nos superar.
Como diminuir margem de risco?
Nós não podemos criar uma responsabilidade e jogar todo peso dela em cima desses atletas, teremos de filtrar um pouco mais para dar leveza ao grupo e cuidar para não sobrecarregar ninguém com a responsabilidade que teremos dentro dessa série D. Essa é uma função que tenho comigo, de procurar trabalhar bem o lado psicológico de cada um, sabemos que temos de lutar pelo acesso enfrentando essa dificuldade com relação a formação do elenco. Não nos resta outra alternativa, temos de acreditar nesse projeto do América, acreditar no potencial dos nossos jogadores e incentiva-los, para que realmente esse projeto se torne possível.
A torcida impaciente não deve cobrar essa resposta rápido?
Esses jogadores que estão aí, a comissão técnica, ninguém tem culpa do passado recente do clube e da situação que o clube se encontra hoje, infelizmente colocado na série D. Todos viemos procurar criar as condições de recolocar o América na série C, que ainda não é o lugar do clube. Mas isso tudo é um processo, uma transição e partindo desse princípio o torcedor tem de procurar entender que ele precisa ajudar o seu clube de coração. Ele não pode atrapalhar, pois sabemos que iremos ter bons momentos na competição e nos jogos, assim como teremos maus momentos e se o torcedor não entender nossa dificuldade em formar um grupo as pressas, que entra na competição buscando definir uma identidade. Se eles não ajudarem o América logo, certamente estarão ajudando os nossos adversários. Então peço a todos um pouco de paciência principalmente nos jogos em Natal.
Até que ponto os jogadores terão de criar em campo, a situação de tranquilidade que vocês tanto irão precisar nas arquibancadas?
Tenho bastante confiança na qualidade técnica desses jogadores que estão no América. Lógico que estamos correndo contra o tempo e buscando uma organização tática, reconheço s dificuldades que iremos encontrar, mas ao mesmo tempo sabemos que é possível conquistar os nossos objetivos. Os torcedores têm de entender e não pode ficar cobrando o erro de passes em algumas situações ou até mesmo uma finalização malfeita. Eles precisam demonstrar um pouco mais de paciência com os erros normais do futebol. Lógico que não estamos aqui para regrar o comportamento do torcedor, mas o o torcedor inteligente sabe que o América necessita da ajuda dele, eles fiquem certos que os atletas vão buscar fazer o melhor em campo e que é necessário um pouco de ponderação neste momento.
Qual a projeção para a Série D?
Acho um desgaste muito grande a gente pensar no fim e esquecer do início e do meio. Vamos pensar jogo a jogo, fase a fase. Não podemos iniciar uma competição já pensando no acesso, nossa primeira meta e ficar entre os dois melhores classificados do grupo para chegar na segunda fase. A peneira será muito grande, de 68 clubes, 32 vão continuar sonhando com o acesso. No total serão 12 partidas para se conseguir o acesso e antes de tudo temos de nos preocupar com Murici, depois sempre com o próximo adversário. Passando para a segunda fase, acredito que a confiança do torcedor vai aumentar bastante e iremos formar uma corrente muito forte.
Existe um plano B?
Seria muito prejudicial, não apenas para o torcedor, como para todos que hoje formam o América se a gente perder a oportunidade de ano de 2018 estar disputando a série C. Temos de respeitar todas as equipes, todas possuem o mesmo objetivo, mas considero o nosso clube se não o principal, mas estando dentro dos principais favoritos à conquista do acesso."
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