quarta-feira, 17 de maio de 2017

Quem é o artilheiro

Leandro Campos, técnico do América, anda doidinho para contar com o atacante Isac, ex-América e atual Sampaio Corrêa, em seu time. O jogador fez parte da campanha do time anterior do treinador, o Horizonte-CE.

Só que Isac só sai do Sampaio após o fim do estadual do Maranhão, que, a exemplo do imbróglio do Paraibano do ano passado, que gerou o lengalenga de Diá, está suspenso pelo STJD. Quando a competição voltar, o Sampaio ainda disputará a final do 2.° turno e, se classificado, a final do estadual.

Ontem, Pablo me alertou pelo Twitter que isso poderia deixar o América esperando até quase o fim da primeira fase da Série D, o que não é recomendado de jeito nenhum.

Em minha modesta opinião, o que cabe agora é ver o rendimento de Lucão como pivô. Nas campanhas de acesso do América (96, 2005, 2006, 2011), os atacantes sempre se firmaram depois. O camisa 10 e cobradores de falta sempre se destacaram bem mais. Foi assim com Moura, Paulinho Kobayashi, Souza e Mazinho. Gols mesmo de um único atacante foram poucos. Acho que só Paulinho Marília quebrou a regra, mas é bom lembrar que ele só chegou ao time naquela Série C na última partida da primeira fase.

Não é à toa que são as escalações do meio campo que são eternizadas. Washington Lobo, Carioca, Moura e Biro-Biro é célebre. Pouca gente lembra de um tal atacante Márcio Caruaru, que chegou para ser o artilheiro daquela equipe de 1996. Wanderley, que estava na equipe desde o estadual, é lembrado. Mas quem era seu companheiro de ataque? Havia um rodízio grande na posição: Zé Ivaldo, André Marrom, Cícero Ramalho... Zé Ivaldo marcou apenas dois gols (um famosíssimo).

É o time inteiro que precisa funcionar. E certamente reforços chegarão com a classificação para as fases seguintes. Se tiver jogador bom disponível no mercado, ótimo. Reforços são sempre bem-vindos. Mas fazer disso um cavalo de batalha pode apagar o brilho do trabalho das muitas formiguinhas que serão necessárias para o acesso.

Artilheiro não é sinônimo de acesso. O próprio Isac e seus 25 gols em 2012 são prova disso. 

Acesso chega com time solidário e que tenha quem coloque a bola para dentro, seja um zagueiro, um lateral, um volante, um meia ou mesmo um atacante. Acesso chega com gol de falta, gol sem querer, gol de pênalti, gol de talento, gol. Acesso chega para time que se doa 110%. 

Acesso chega quando torcida e time entram numa sintonia mágica que encolhe adversários, engole arbitragens ruins e agiganta jogadores até então tido como comuns. 

Mais do que tudo, acesso chega com trabalho. Trabalho sério e dedicado. Sem isso, nem a Seleção Brasileira escapa de passar vergonha.

Contra o Murici, este tem que ser o espírito: trabalho, entrega total, torcida e time numa só batida. Só assim, uma equipe ainda em formação, mas com o peso de sua tradição centenária, superará a boa equipe alagoana.

Essa receita o Rei do Acesso conhece: estádio gigante com boa acústica totalmente avermelhado e vibrando num campeonato nacional. É só colocar em prática. 

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