sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Diretas já!

O grito que embalou uma nação que clamava pelo fim da ditadura nos anos 1980, segue ecoando na memória coletiva sempre que algo não parece respeitar o que entendemos como parte da democracia.

A situação horrorosa por que passa o América levou muitos torcedores a discutirem uma saída que não só acabe com o sofrimento atual, mas também aponte para um futuro em pé de igualdade com a tradição do Orgulho do RN.

Nesta semana, o torcedor Tainar Matos praticamente me intimou a iniciar o debate. Vejam:


Adoro discutir ideias. Aceitei o desafio e escrevi A hora é agora, mas não sem antes também convocar Tainar a expor suas próprias ideias a respeito. E ele escreveu o texto que passo a reproduzir abaixo. Antes, aproveito para lembrar que, como sempre expus na definição deste blog, o Só Futebol? Não! foi criado para isso mesmo: debater, discutir, tudo sem agressão. Fica aqui o convite para quem mais quiser trazer sua opinião, seja a favor ou contra, sempre sem levar coisa alguma para o lado pessoal. Viva o debate de ideias!

O preço do amadorismo
Por Tainar Matos, torcedor do América


Atualmente, o preço a ser pago pelo amadorismo que perdura em alguns clubes do futebol brasileiro, é muito alto. Seus efeitos são observados desde o rebaixamento às mais precárias divisões do campeonato nacional, ao esfacelamento patrimonial para manter o clube ativo - embora, uma coisa possa levar a outra-. Quiçá, a falência.

O futebol  exige dos gestores, os quais comandam os clubes, características peculiares aos de bons administradores: Visão empresarial, profissionalização dos setores, maleabilidade e etc. Estes são alguns requisitos básicos e essenciais para boas gestões, e salutar para os clubes.
Além disso, o fortalecimento da relação clube - torcida, é imprescindível. Visto que a participação dos torcedores influencia nas fontes de renda, pois, ajuda a atrair patrocínios, geram renda com bons públicos, compras de camisa e artigos em geral, além de acrescer o programa de sócio torcedor. Entretanto, para o sucesso deste último, o associado não quer apenas  o direito a "compra antecipada de ingressos". E sim, voz ativa. O associado quer sentir-se parte do clube, quer estar presente nas decisões que envolvem o futuro do clube, quer transparência. A privação e/ou limitação desse direito implica em uma "onda" de consequências que passa por tudo que foi exposto acima (insucessos no campo, falta de fontes de renda, consequente, esfacelamento patrimonial e etc.)

No caso do América, há décadas o clube vem sendo "cobrado" pelo amadorismo no qual está mergulhado.  Ano após ano, os mesmos se revezam no poder. Com isso, os modelos arcaicos de gestão têm continuidade, e a "conta" progride. Resultado, esfacelamento patrimonial (venda da pousada do atleta, fragmentação da Sede social, Centro de treinamento precário - apesar de extenso -), insucesso nas quatro linhas (quatro rebaixamentos na ultima década, vários anos escapando do descenso no sufoco), "migração" de seus jogos, falta de patrocínios, e debilitação do clube. Posteriormente à tudo, o sinal de alerta, após um ano pífio - pior de sua história -, eis que nosso clube cai para a Quarta divisão do campeonato nacional. Lembram-se da "onda" falada acima? Pois é. Já virou um tsunami cujo seu epicentro está localizado no "acordão" que o rege.

Por conseguinte, o América precisa, inicialmente, passar por uma reformulação drástica em toda sua parte executiva. Tendo em vista, o profissionalismo que o futebol atual exige. Aliado à tudo isso, tornar-se democrático.  Sendo este último, a saída precursora para a fuga ao amadorismo. Dessa forma, estimulando o surgimento de novos gestores, novas ideias, e a reestruturação na qual o clube necessita. Porém, para que isso venha a acontecer, é necessário a sensibilização dos que que encabeçam o conselho. E estes, não parecem interessados em ver o clube crescer. Por quê? Motivos desconhecidos parecem ser maiores que a instituição América Futebol Clube.

Portanto, parafraseio o "slogan" da Doutrina Monroe: "O América para os Americanos". Sendo assim, em prol do engrandecimento do América: Diretas Já!

Um comentário:

  1. Estes que se dizem "abnegados", não percebem que a maioria deles só faz mal ao clube.

    Quero ver eles manterem o América sem sócio torcedor.

    Eles realmente acham que são os donos do América, mas estão muito enganados, o América é de todos os americanos e a torcida não vai mais aguentar essa turma que brinca de dirigente e ainda tem a cara de pau de dizer que ninguém quer ser presidente do clube e por isso eles fazem esse favor.

    A insatisfação é real, e coitado do que pode acontecer com Beto Santos se não renunciar até o final desse mês, e de José Rocha, se não colocar na pauta essa mudança no estatuto para o voto do sócio torcedor.

    Vão ficar sozinhos, sem apoio da torcida, aí eu quero ver os "abnegados" aguentarem o rojão.

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