sábado, 6 de agosto de 2016

O bom e o péssimo

Sabem aquela ideia de que esporte é saúde, confraternização e que o que importa mesmo é competir? Não há quem melhor personifique isso do que o maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima. Em 2004, Vanderlei estava bem próximo de conquistar o ouro na prova que é o retrato máximo dos jogos olímpicos: a maratona. E logo onde... na Grécia, berço do espírito olímpico. Pois bem, um maluco irlandês que queria protestar contra só Deus sabe o quê achou por bem empurrar Vanderlei de sua trajetória e jogá-lo em direção ao público. Um espectador, que depois foi homenageado aqui no Brasil, foi quem livrou o maratonista do louco. Mas aí a desgraça já estava feita: Vanderlei perdera tempo e ritmo para terminar os 42 km em primeiro. 

A expectativa e a dor do público foram amenizadas quando o brasileiro entrou no estádio olímpico comemorando o 3.º lugar como se fosse o 1.º. Nunca se ouviu uma única palavra de Vanderlei lamentando o episódio. Nada. Só sorrisos e comemoração. Eis um bom - talvez o melhor - exemplo do espírito esportivo. E a linda cerimônia de abertura da Rio 2016 se encheu de emoção e significado quando foi justamente Vanderlei o responsável por acender a pira olímpica. Show!

Do outro lado, temos o péssimo exemplo de quem não sabe perder, mesmo que seja um lugar na equipe. É o caso do famoso cavaleiro Rodrigo Pessoa. Coincidência ou não, o grande momento do cavaleiro também se deu em Atenas, na Grécia, em 2004. Ao contrário de Vanderlei, Rodrigo conquistou o ouro.

Agora em 2016, sua égua teve cólicas e se viu impedida de viajar para o Rio. Logo, foi substituída e Rodrigo Pessoa passou então à condição de reserva do time brasileiro de saltos. Sabem qual foi a atitude dele? Disse que o único lugar em que não poderia contribuir era a reserva e, por isso, abriu mão de de participar da Rio 2016. Um papelão! Típico de quem não tem o menor espírito esportivo. Vergonha alheia mesmo.

Que cada vez menos tenhamos que lidar com atitudes como a do cavaleiro e cada vez mais recebamos bons exemplos como o do maratonista. Afinal, quem não sabe perder não merece ganhar.


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