quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A monarquia nunca deixou o Brasil

Reza a lenda que o Brasil teria se tornado uma república em 1889. Tudo para inglês ver. A verdade é que a monarquia e todos os privilégios que são concedidos aos seus escolhidos permanecem encrustados na alma da sociedade brasileira.

É só ter um tempinho para dar uma olhada nas notícias tanto do Rio Grande do Norte como do Brasil em geral. Funcionários públicos encastelados como verdadeiros marajás, ganhando rios de dinheiro numa realidade de pobreza da peble que os sustenta. A Tribuna do Norte trouxe contracheque de funcionário de secretaria vinculado ao TJRN. O salário base é de quase R$ 6 mil, por si só um oásis na realidade de salário mínimo de quase 80% do RN. Com gratificações de nomes estranhos, o salário em questão quase atingiu R$ 20 mil. Isso mesmo: R$ 20 mil! 

Não é à toa que o poder judiciário do RN está entre os mais caros do país. Juízes, já sufocados com um salário apertado de R$ 26 mil, conseguem aumento para R$ 30 mil e ainda vão embolsar um auxílio moradia de mais 14%. Sem isso, como os coitadinhos teriam teto para morar? Nem sei como o restante da população se vira nesse quesito.

A LRF apertou o TJRN, que apertou os funcionários de secretaria, que agora ameaçam greve. Quem paga a conta? Já sabemos.

O governador do RN eleito agora nem sabe como pagar a folha dos funcionários em 2015, mas teve aumento de 100% em seu salário. 

No Maranhão, Roseana Sarney deixou encaminhadas licitações para compra de alimentos e serviços de jantar para a residência oficial. Entre as exigências de compra consta canapé de caviar, certamente um item de primeira necessidade.

Os políticos e funcionários públicos do Brasil continuam convictos de que vivemos numa monarquia e que eles fazem parte da nobreza a ser sustentada em seus luxos e esbanjamentos pelos cofres da viúva. Clamam por aumentos de repasses e vencimentos lamentando a penúria de viver com salários de dezenas de milhares de reais. Encastelam-se em seu mundo de obras faraônicas para não serem confudidos com a plebe.

E, quando surge a necessidade de arrochar as contas, já sabemos que não será da verba que sustenta o luxo da nobreza brasileira que sairá um mísero centavo. São as verbas de serviço essenciais à população, como educação e saúde, que serão sumariamente cortadas.

De que serviu a Revolução Francesa? De que serviu a transformação do Brasil em república? Ou enxergamos que é preciso acabar com essa bandalheira monárquica que é feita às escâncaras no Brasil, ou passaremos a vida a sermos otários a sustentar os luxos da nobreza encastelada, enquanto milhões nem sabem como vão pagar a refeição do dia.

Chega! O Estado não tem que sustentar carro, casa, telefone e comida de seu ninguém. Muito menos as delícias de uma vida de marajá. Isso é imoral ante a realidade em que estamos inseridos. Quando acordaremos?

Em pleno século XXI, precisamos gritar: abaixo a monarquia! Sem dúvida, uma vergonha para nossa nação.

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