terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Aqui é o RN

Escrevi nesses dias que juiz nenhum liberaria um estádio sem laudo do Corpo de Bombeiros. Mas aqui é o RN, e o juiz da 1.a Vara da Fazenda Pública da Comarca de Mossoró determinou que o Corpo de Bombeiros emitisse o laudo e que a FNF marcasse os jogos de Baraúnas e Potiguar para o Nogueirão enquanto o laudo não sair.

Não vi os autos. Imagino que haja algum outro laudo técnico provando por A+B que o estádio tem segurança suficiente para receber jogos com público. Não gostaria de pensar que um membro do Poder Judiciário resolveu por conta própria que as regras de segurança são detalhes quando clubes da cidade têm que jogar no município vizinho. Até porque uma decisão que já não é definitiva proferida sem um laudo técnico é tão modificável quanto a direção do vento.

Então tem jogo na quarta? Não. Aqui é o RN e o jogo já sofreu mais uma mudança: agora será na quinta, às 20h, no Nogueirão.

Mas hoje ainda é terça e aqui é o RN. Logo...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Seca que alucina

Dizem que os seres humanos submetidos a dias de seca (e sede!) no deserto começam a sofrer alucinações pela forte desidratação e passam a enxergar oásis na aridez que os cercam.

A fase do ataque americano (o Vermelho de Paixão trouxe a conta de que só um mísero golzinho foi marcado nas últimas seis partidas do Orgulho do RN)  já começa a produzir alucinações. Desde o jogo do Potiguar que eu escuto na arquibancada a torcida ventilar nomes que foram goleadores por aqui. 

O nome mais lembrado é o de Max. O Homem de Pedra não esconde de ninguém o amor que tem pelo América, mas atualmente é o artilheiro do Campeonato Carioca (1.a fase) e talvez (leiam bem, melindrosos, talvez) tenha alguma possibilidade de vestir a camisa americana na sequência da temporada. Mas isso me parece um sonho distante, principalmente pela questão financeira.

Na sequência, Lúcio. Nem sei onde anda Lúcio. No ano passado, chegou no 2.° turno do estadual e só não foi artilheiro porque a Chinkungunya lhe retirou um bom tempo de campo. Na Série C, vivia às turras com Diá, mas já havia virado talismã da torcida, quando expôs de vez as divergências com o técnico. Foi dispensado.

Neste ano, já se ofereceu para voltar ao América. É outro que não esconde de ninguém que ama o clube. Pode estar mal em todo lugar, mas aqui se encontra. Talento tem. O problema é o potencial para desagregar, vez que não é muito chegado a um treinamento. E depois do que ocorreu no ano passado, dificilmente teria espaço no América 2017. Com bastante educação, Felipe Surian e Moura descartaram sua volta naquele momento. Entretanto, pensando em condição financeira do clube, Lúcio seria até um bom investimento com as devidas garantias contratuais (pisou na bola, rua!).

Gosto muito do empenho de Luiz Eduardo. Mas a seca sempre traz essas alucinações. Vamos torcer para que essa fase passe logo.

Pênaltis

Dizem que pênalti é tão importante que deveria ser cobrado pelo presidente do clube. No América, então... Há anos reclama-se que é um verdadeiro parto a arbitragem marcar um pênalti para o clube, especialmente a local.

Mas o América 2017 é um time insinuante a ponto de ser impossível para a arbitragem fechar os olhos para os claríssimos pênaltis sofridos pela equipe. Tanto que em 3 rodadas do estadual, já foram marcados 2.

Entretanto, parece que o alvirrubro anda com saudades do tempo em que os pênaltis não eram marcados pela arbitragem. E assim os 2 pênaltis marcados foram sumariamente desperdiçados.

Claro que ninguém vai bater um pênalti pensando em perder. Mas a definição de quem será o cobrador passa necessariamente pelos treinamentos. Eu acredito que todo time deve ter um único cobrador oficial, instituído pelo treinador. Somente em caso de desperdícios ou ausência dele, é que o substituto oficial, também definido nos treinamentos, seria chamado a cobrar um pênalti durante um jogo.

Dito isso, não tenho dúvida que o cobrador oficial do América é Dija Baiano. Mas não sei até que ponto Jussimar é o substituto. Jussimar é o camisa 10 mais desorientado que já vi por aqui. Dá passes de costas para o meio, abrindo o contra-ataque para o adversário, joga muito de cabeça baixa, e chuta fraco na maioria das vezes. No clássico mesmo, ele me fez rir numa cobrança de falta que quase não chegou às mãos do goleiro Edson.

Os mais antigos entenderão a comparação: até na carequinha Jussimar lembra Paloma, atacante cria do Potiguar de Mossoró, e que jogou no América entre 1997 e 1999. Paloma também chutava fraco e corria de cabeça baixa, mas não errava tantos passes e colocava a bola certinha no gol quando em velocidade. 

Talvez Jussimar seja um atacante de velocidade e ninguém tenha lhe dito isso ainda. Mas até para isso ele precisa melhorar o passe. Camisa 10 é que não é. E cobrador de pênaltis então...

Que Felipe Surian abra o olho e defina o cobrador oficial e seu substituto. E deixe Jussimar apenas para correrias em campo, pelo menos até que ele apresente melhora técnica considerável.

Acabou a margem de erro

Após o empate com o Santa Cruz e a derrota para o ABC, o América de Felipe Surian perdeu qualquer margem de erro no primeiro turno do estadual. Ele agora é obrigado a vencer as quatro partidas que restam para figurar na final do turno.

Pode parecer duro, mas a realidade de Série D do América tira o ABC (duas séries acima) como parâmetro e joga o alvirrubro numa luta inglória contra os outros seis times do Potiguar 2017. 

Hoje, o Baraúnas já está na frente do América pelo saldo. Na quarta, a depender do resultado do clássico mossoroense, tanto ele como o Potiguar podem deixar o time de Natal para trás em caso de empate. 

E no meio de tudo ainda há a Copa do Nordeste para ferver o caldeirão.

2017 não promete vida fácil ao América.

O potencial

Apesar dos maus-tratos, o clássico América x ABC mostrou ontem que tem potencial de crescimento. Afinal, 4.033 malucos compareceram a um jogo que ninguém sabia se aconteceria mesmo, sem um ônibus circulando na cidade, com o poder público (o que inclui as polícias daqui) do RN totalmente desmoralizado pela bandidagem de Alcaçuz e com uma chuva incessante e ameaçadora de relâmpagos e trovões o dia inteiro.

Não sei de quem foi a ideia de adiar o jogo para o domingo. No sábado, com zero chuva e alguns ônibus ainda circulando certamente o público teria sido melhor.

De todo jeito, num clássico cujo público vem definhando a cada ano, o fato de termos 4.033 espectadores nas condições atuais de guerra é acontecimento para aplaudirmos de pé.

Já imaginaram se tivéssemos todos tratamento VIP nos clássicos, especialmente no Frasqueirão, onde infelizmente persistem os confrontos? Se voltássemos à realidade de públicos de no mínimo 18.000 pessoas para acompanhar América x ABC, como voltamos a ter no Machadão a partir de 1997, quando o América subiu para a Série A pela primeira vez?

Acho que ando meio delirante...

Atualização - na primeira versão, lá fui eu passando vergonha pelo corretor. Onde havia "maltratos", já corrigi para "maus-tratos". Aff...

Poderia ter sido bem melhor

Para ser sincera, eu esperava um pouco mais da homenagem feita a Arthur Maia. Primeiro, achei um absurdo o time do ABC entrar em campo no meio da homenagem, num desrespeito sem tamanho. Se o ABC foi avisado e decidiu entrar naquele momento fica o meu repúdio a quem tomou a decisão pelo lado alvinegro. Se não foi avisado, a crítica vai a quem organizou a homenagem. A falta de respeito produziu vaias e gritos no meio do tributo!

De fato, um clássico não seria o melhor momento para tanto. Ainda mais um clássico esvaziado por tantos problemas como o de ontem. 

Bastava olhar o calendário para descobrir uma oportunidade ímpar para uma homenagem muito mais grandiosa: América x Vitória pela Copa do Nordeste, no dia 25/02, na Arena das Dunas. Arthur Maia jogou pelos dois clubes - era cria do Vitória e chamou a atenção do mundo pelo América com aquele golaço na Arena das Dunas.

Quem sabe a própria Arena das Dunas não chama um parente de Arthur neste jogo para o descerramento de uma placa de gol mais bonito do estádio no ano de sua inauguração? 

Today's headlines (01/23)

Let's start with the headline for the good: Another Australian Open surprise: the return of the old Roger Federer.

Now the others: 'Alternative facts' and the costs of Trump-branded reality, Samsung blames battery and design flaws for Galaxy 7 notes fires and Snapchat discover takes a hard line on misleading and explicit images.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

domingo, 22 de janeiro de 2017

Jogo de um time só

Não gosto muito de fazer a afirmação do título porque parece menosprezo a um dos times, mas não posso fugir do que vi neste domingo. América 0x1 ABC foi jogo de iniciativa exclusiva do América. O ABC limitou-se a alguma coisinha no 1.° tempo, mesmo assim, só depois de ter feito o gol de falta, e a ver o tempo passar na metade final do jogo.

No ABC, podem ser destacados Anderson Pedra, muito antenado no jogo, e Nando, que não teve vida fácil com a excelente partida dos zagueiros americanos. Paulão e Maracás foram senhores absolutos da defesa. Filipe Alves é o dono do meio. Marcos Júnior e Dija Baiano foram regulares. Jussimar, Michel Cury e Luiz Eduardo destoaram. Osmar também abaixo do esperado, mas nada muito surpreendente.

E com tudo isso, o América dominou o jogo. Maracás manteve a média de perder um gol por jogo. Memo e Paulão também poderiam ter definido. Dija Baiano acertou uma linda bicicleta na trave e, no rebote, Jean Patrick quase deixou o seu. 

No finzinho, Dija foi puxado pela camisa na área. O pênalti foi cobrado por Jussimar, aquele que não chuta forte. Melhor para Edson, que caiu agarradinho com a bola.

Mas tática e domínio de jogo nem sempre são refletidas no placar; apenas bola na rede. E a bela cobrança de Romano deu ao ABC os três pontos da vitória.

Sobre a arbitragem, eu vi Levy quase rasgar a camisa de Danilo num contra-ataque americano. Mas nem o assistente 1, nem Caio Max viram. Vi lá do setor leste um jogador do ABC (não vi o número da camisa) agredir Michel Benhami na frente do assistente 2, que não viu. O quarto árbitro viu, chamou Caio Max, mas ele disse que não foi nada.  Vi que Maracás não fez a falta no lance que originou o gol, mas Caio Max não viu assim.  Enfim, vi uma arbitragem amarrando demais o jogo e contribuindo decisivamente para o resultado, uma vez que o gol saiu num lance normal que só Caio Max achou que fosse falta.

Taticamente, o América está se acertando. Tecnicamente, o ABC é mesmo o time a ser batido e é esperado que seja superior individualmente. Pensando em toda a temporada, digamos que o América está no caminho certo, mas com algumas peças erradas - o que é esperado, até pelo nível de investimento. Do lado do ABC, ser dominado por uma equipe de Série D revela um desacerto pelo menos no início da caminhada de 2017.

Mas nem há tempo para muita comemoração ou lamentação. Na quarta, o ABC enfrenta o CSA no Rei Pelé e, na quinta, o América recebe o Botafogo-PB na Arena das Dunas. É a Copa do Nordeste 2017 que vai começar para ambos.

Com medo da chuva e dos trovões

A mais fiel espectadora dos Podcasts deu um jeitinho de se esconder dos trovões e da chuva: achou uma caixa para ser seu esconderijo. É muita esperteza...

O mundo é dos bichos, minha gente!


Carona amiga

A arte é do América, mas também se aplica aos amigos abecedistas. Hoje é dia de carona amiga para quem vai ver América x ABC na Arena das Dunas às 16h. 

Todos juntos na solidariedade.