domingo, 30 de junho de 2019

Jogo de paciência

Quem achava que seria uma moleza para o América enfrentar a Jacuipense não prestou bem atenção no desempenho do time baiano. 

Aliás, menosprezou a atual fase da Série D. Não há jogo fácil. Vou escrever de novo: não há jogo fácil. E os primeiros toques da Jacuipense na bola já davam a ideia da pedreira.

Dito isto, o jogo exigia paciência. Mas nem a torcida nem o time de Moacir Júnior entenderam essa necessidade. Havia um afã de acelerar o jogo o tempo todo, e muitos lances ou foram desperdiçados ou viraram contra-ataques para o adversário em bolas alçadas por zagueiros e volantes ou viradas afobadas. 

Para piorar, o time sentiu enormemente a ausência de Roger Gaúcho ante um Hiltinho sem ritmo de jogo. Ele até melhorou no fim do 1.° tempo. Mas aí Moacir cometeu o erro crasso de colocar Mikael em seu lugar. Mikael fez uma partida tenebrosa, não tendo acertado nem pedra na lua. Pelo contrário, virou a melhor arma da Jacuipense, uma vez que as triangulações sumiram com seus passes errados.

A queda foi tão brutal que Canindé Pereira chegou a me perguntar na transmissão o que dava para fazer. Apontei que o certo seria a entrada de Murici no lugar de Mikael, mas que é muito difícil um treinador ter peito de retirar um jogador que ele colocou no 2.° tempo sem que haja uma contusão.

Adenilson e, principalmente, Pardal estiveram bem abaixo também.

O time baiano ainda obrigou Ewerton a duas grandes defesas no 2.° tempo. E o América nada de se encontrar no toque de bola e nas subidas de Jean Patric como ponta, uma de suas mais letais jogadas.

No fim, 0x0. Mais um empate nas oitavas de final da Série D. Foram 6:  Bragantino 0x0 Floresta, Vitória 0x0 Ituano, Caxias 0x0 Cianorte, Boavista 1x1 Brusque, Juazeirense 1x1 Iporá, além de América 0x0 Jacuipense. Somente São Raimundo 1x0 Manaus e Fluminense 0x1 Itabaiana quebraram a escrita, mesmo assim com placar mínimo. Entenderam a dureza do negócio?

Agora o time de Moacir tem mais uma situação de superação a enfrentar, como foi a tônica no estadual, na Copa do Brasil e até mesmo nesta edição da Série D. Mais um percalço a superar. E sem Leandro Melo. 

É tirar lições dessa partida e arregaçar as mangas para no próximo domingo conquistar a vaga para as quartas de final. Sem afobação. 

Um comentário:

  1. Para variar, assino embaixo da sua leitura do jogo. Entraram sem ritmo: Hiltinho e Alisson potiguar. Mas eram as melhores opções que o treinador tinha. Quem quer subir não joga só com 11 e nem escolhe adversário. Chegou a hora do América mostrar se tem time para subir ou não. Em todos os acessos que acompanhei, de 96 para cá, sempre teve aquele jogo mais emblemático, mais simbólico, aquele que deixa o torcedor sonhando ainda mais com o acesso. Que domingo que vem seja este jogo! Superação é a palavra chave!

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