domingo, 7 de abril de 2019

É preciso agir

Finalmente, o ser humano voltou-se para o que vem fazendo de prejudicial aos oceanos, esse verdadeiro berço da vida no nosso planeta. A revista Veja de 3/4/19 trouxe reportagem nas páginas 90-91 sobre o mal que redes, linha e anzóis abandonados ou perdidos no mar causam à vida marinha.

Segundo a reportagem, são 640 mil toneladas desse lixo específico por ano (10% do total) matando ou mutilando animais no mundo inteiro. No Brasil, 12 dos 17 estados costeiros registram esse mal. E segundo a ONG Proteção Animal Mundial, por aqui. há um acúmulo diário de 580 quilos de detrito com potencial para afetar quase 70 mil animais por dia, o que daria 25 milhões por ano. Uma matança.

Numa única rede retirada de Laje de Santos, santuário natural na costa de São Paulo, além de muitos peixes mortos, biólogos conseguiram resgatar uma tartaruga-verde, que estava presa por um anzol enganchado numa nadadeira. Foi pura sorte. Sem o resgate, a tartaruguinha iria agonizar até morrer asfixiada.

No Nordeste,  as vítimas desse lixo são as jubartes oriundas da Antártida que procuram nossas águas quentes para reprodução e amamentação dos filhotes. Em 2017, mais de 30 morreram no litoral baiano, algumas encontradas ainda enroladas nas redes.

Pior, o material é resistente. Segundo Helena Pavese, diretoria executiva da ONG, "os apetrechos de pesca são a forma mais letal de lixo plástico no mar. Duráveis e resistentes, eles podem levar até 600 anos para se decompor e depois ainda viram microplástico, entrando na cadeia alimentar dos animais." Isto significa que também consumimos plástico, só para esclarecer.

Abaixo, uma imagem trazida pela reportagem com a mutilação apresentada por uma foca resgatada  detalha bem o nível de sofrimento dos animais marinhos.


Se compaixão pelos animais não é motivo para agir, compaixão por perdas econômicas normalmente opera o milagre. E é o próprio Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que acabou de lançar um Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, com 30 ações de curto, médio e longo prazos, que faz o alerta sobre esse tipo de lixo: "Ele causa danos a barcos e máquinas e compromete a segurança da navegação."

Não é possível que deixemos esse tipo de lixo seguir sendo descartado dessa forma por pescadores.

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