domingo, 22 de julho de 2018

Dá para escolher

Só o que vejo aqui e ali são análises feitas na imprensa a respeito de que há muitos candidatos para uma única eleição presidencial, como se isso fosse uma coisa ruim. Não acho. Para ser sincera, desde que inventaram essa desgraça de 2.° turno, eu acredito que 1.° turno é para ter mesmo muitos candidatos, como foi aquela primeira eleição pós-ditadura em 1989. Isso abre o leque dos discursos, aponta causas importantes para uma sociedade e ajuda a enterrar o velho discurso de lavar as mãos dos brasileiros de que não há opções.

Até um dia desses a campanha presidencial deste ano, campeã da desilusão tupiniquim, contava uns 20 pré candidatos. Para mim, isso é um sinal de democracia viva. Como citei acima, não se faz campanha apenas para vencer, mas para levantar bandeiras de questões importantes para uma nação. Só que a politicagem tomou tão avassaladoramente conta da política brasileira que as candidaturas passaram a balcão de negócios a respeito do tempo na TV. No fim, sobravam uns 4 ou 5 de sempre.

Até na campanha para governador aparentemente teremos mais nomes do que o usual. Viva! Isso aumenta a chance de eu conseguir votar em gente nova porque não aguento mais essa cirandinha que está afundando a passos largos o Rio Grande do Norte.

Outra coisa, os brasileiros também precisam deixar de fazer piada sobre voto consciente e de fato votar consciente. É preciso levar a sério a escolha de quem vai governar essa bodega e tentar conhecer a vida pregressa dos candidatos, especialmente aquele(a) que conta com sua simpatia (sim, os brasileiros votam por paixão, sem qualquer análise mais profunda). Em que tipo de obras/questões públicas aquela pessoa se meteu ao longo dos anos? Há coerência ou tudo não passou de mera busca do poder? As ideias ou projetos defendidos têm alguma razoabilidade na atual situação do Brasil? 

Votar é coisa séria, minha gente! Quem decide os destinos do RN e do Brasil também decide o futuro do nosso bolso, se teremos um país/estado mais sério ou se vamos continuar financiando a mamata em que os (maus) políticos profissionais conseguiram transformar este país. Continuaremos pagando pela ladroagem escancarada? Continuaremos pagando duas vezes para obtermos um serviço que deveria ser público e termina sendo privado e ruim, por não ter concorrência? Continuaremos pagando para ver um mundo de fantasia nas propagandas governamentais enquanto pacientes entopem corredores de hospitais, empilhados feito mercadorias?  

Mais importante: Continuaremos a ser uma sociedade que acha que só existem direitos para si e deveres para os outros? 

Pra valer mesmo a campanha começa em agosto. Mas já é hora de pesquisarmos as ideias dos candidatos para não cairmos na esparrela de musiquinhas fáceis de decorar, frases de efeito e gestos de impacto. E nem seguirmos o fácil caminho de acompanhar pesquisas eleitorais com a ridícula ideia de não perder o voto. 

Não se perde voto porque o candidato escolhido perdeu a eleição. Perde-se voto quando não se aproveita a hora sagrada da urna, em que todos somos iguais, para enfim tentar botar esse país/estado nos trilhos. Perde-se voto quando escolhemos nos abster da escolha, faltando ou votando nulo ou em branco. Perde-se voto quando não escolhemos de verdade e deixamos outros (pesquisa, partido, música, fake news) escolherem por nós.

Basta de nos encantarmos com a forma! Chegou a hora de assumirmos a responsabilidade de conhecer o conteúdo, pararmos de reclamar que esse país/estado não tem jeito e mostrarmos como queremos que as coisas sejam feitas daqui para a frente. 

Temos que pesar prós e contras dos candidatos e escolher senão o melhor, aquele(a) que menos prejuízo trará para nossas vidas. Afinal, o RN e o Brasil já dão sinais de esgotamento de recursos. Não cabe botarmos mais ladrões deslavados para cuidar do nosso dinheiro.

E depois não venham reclamar das escolhas dos outros. Ou pior: de suas próprias escolhas. 

P.S.: prestem atenção no vice que vai junto do seu candidato, viu?

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