domingo, 7 de junho de 2015

Um novo Bob, um novo América

Nem sei se já abordei isso por aqui. Acho que sim. De todo jeito, se já abordei, volto agora ao assunto. Caso contrário, é novidade.

Bob mudou. Em 2012, era o treinador que detestava laterais. Ele queria mesmo era saber de alas. Tava nem aí se os eleitos tinham sérias limitações defensivas: se sabiam atacar, isso compensava.

Em 2015, surge um novo Bob. Antenado com o futebol mundial, que, como tudo na História, evolui, evolui, evolui e volta a ser como era. Sabem o velho 4-4-2 ou o 4-3-3 e até o 4-2-4, todos eles com a primeira linha de 4 verdadeiramente preocupada em marcar e deixando o ataque para as outras duas linhas? Pois é. O futebol mundial já havia voltado a essa determinação tática (vejam-se os badalados Barcelona e Real Madrid). Bob trouxe para si a mudança e seus times agora jogam majoritariamente com a primeira linha de 4 com preocupação essencialmente defensiva.

Isso é ruim? Não acho. Primeiro, alas que saibam correr e cruzar no mesmo lance são raridades no futebol mundial. Já atacantes e meias que caem pelas pontas proliferam aos montes. 

Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada. Além disso, até a organização melhora, visto que o próprio cansaço é mais administrável com cada um correndo mais próximo do setor em que deve marcar. Por isso, eu vejo com muito bons olhos a mudança de Bob, que agora quer laterais em seu esquema para que seus meias e atacantes joguem com mais intensidade no ataque. E o América tem conseguido jogar e encantar dessa forma, com exceção do jogo contra o ASA, equipe que mostrou bom conjunto nas vezes em que a vi jogar neste ano. Junte isso ao fator casa e aos 3 desfalques na 1.a linha de 4 do esquema de Bob e entenderemos o resultado como compreensível.

Só falta a torcida compreender um pouco mais o esquema tático (vixe, generalizando, pedir que torcedor entenda de esquema tático é como pedir que alunos de 2.° grau dominem física quântica) e parar de reclamar a cada vez que Judson e Rafael Estevam (para ficar nos titulares do último jogo) decidem não passar nas laterais como opção no ataque. Não é a função primordial deles. Basta perceber que ambos têm, isso sim, bons lançamentos. Correr nas laterais fica para os ótimos Thiago Potiguar e Adriano Pardal, além de Cascata (mais eventualmente) e Álvaro. 

Na última rodada antes da Copa América, o adversário é o perigoso Salgueiro, time acostumado ele próprio a ter uma linha mais defensiva e a puxar rápidos contra-ataques. Um verdadeiro jogo de xadrez para Bob e teste para a paciência da torcida americana. Hora de apoiar incondicionalmente o esquadrão vermelho e branco, já que a batalha promete ser duríssima, e torcer para que Max esteja com a pontaria de artilheiro do Brasil que é. 

Sem dúvida, um grande teste para esse novo América do positivamente surpreendente Roberto Fernandes.

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