Nem sei se já abordei isso por aqui. Acho que sim. De todo jeito, se já abordei, volto agora ao assunto. Caso contrário, é novidade.
Bob mudou. Em 2012, era o treinador que detestava laterais. Ele queria mesmo era saber de alas. Tava nem aí se os eleitos tinham sérias limitações defensivas: se sabiam atacar, isso compensava.
Em 2015, surge um novo Bob. Antenado com o futebol mundial, que, como tudo na História, evolui, evolui, evolui e volta a ser como era. Sabem o velho 4-4-2 ou o 4-3-3 e até o 4-2-4, todos eles com a primeira linha de 4 verdadeiramente preocupada em marcar e deixando o ataque para as outras duas linhas? Pois é. O futebol mundial já havia voltado a essa determinação tática (vejam-se os badalados Barcelona e Real Madrid). Bob trouxe para si a mudança e seus times agora jogam majoritariamente com a primeira linha de 4 com preocupação essencialmente defensiva.
Isso é ruim? Não acho. Primeiro, alas que saibam correr e cruzar no mesmo lance são raridades no futebol mundial. Já atacantes e meias que caem pelas pontas proliferam aos montes.
Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada. Além disso, até a organização melhora, visto que o próprio cansaço é mais administrável com cada um correndo mais próximo do setor em que deve marcar. Por isso, eu vejo com muito bons olhos a mudança de Bob, que agora quer laterais em seu esquema para que seus meias e atacantes joguem com mais intensidade no ataque. E o América tem conseguido jogar e encantar dessa forma, com exceção do jogo contra o ASA, equipe que mostrou bom conjunto nas vezes em que a vi jogar neste ano. Junte isso ao fator casa e aos 3 desfalques na 1.a linha de 4 do esquema de Bob e entenderemos o resultado como compreensível.
Só falta a torcida compreender um pouco mais o esquema tático (vixe, generalizando, pedir que torcedor entenda de esquema tático é como pedir que alunos de 2.° grau dominem física quântica) e parar de reclamar a cada vez que Judson e Rafael Estevam (para ficar nos titulares do último jogo) decidem não passar nas laterais como opção no ataque. Não é a função primordial deles. Basta perceber que ambos têm, isso sim, bons lançamentos. Correr nas laterais fica para os ótimos Thiago Potiguar e Adriano Pardal, além de Cascata (mais eventualmente) e Álvaro.
Na última rodada antes da Copa América, o adversário é o perigoso Salgueiro, time acostumado ele próprio a ter uma linha mais defensiva e a puxar rápidos contra-ataques. Um verdadeiro jogo de xadrez para Bob e teste para a paciência da torcida americana. Hora de apoiar incondicionalmente o esquadrão vermelho e branco, já que a batalha promete ser duríssima, e torcer para que Max esteja com a pontaria de artilheiro do Brasil que é.
Sem dúvida, um grande teste para esse novo América do positivamente surpreendente Roberto Fernandes.
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