terça-feira, 23 de junho de 2015

It's the economy, stupid!

Dizem que a frase acima (É a economia, burro!), de autoria de James Carville, teria sido dita em reunião de campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos em que se discutia a respeito do plano de governo a ser apresentado. Em poucas palavras, Carville resumiu o que interessa de verdade à vida da população em geral. Se a economia segue de vento em popa, ponto para o governo. Do contrário, não fica pedra sobre pedra.

Acostumada a lidar processualmente, e mesmo com o meu próprio bolso, com as mancadas dos governos militares, de Sarney, Collor e até mesmo do tal pai do real FHC, meu alerta já estava aceso desde o último ano do último governo Lula, quando os gastos foram elevados sem critério no afã do então presidente de fazer a sua sucessora. Eu já sabia que restaria para ela a conta. Restaria saber o que Dilma faria a respeito.

No primeiro mandato, nada. Dilma continuou a gastar como aquelas pessoas ricas que, de uma hora para a outra, são assombradas pela quase falência e continuam a se comportar como se nada tivesse acontecido. 

Quem percebeu antes já esperneava por mudanças de rumo de um governo que anunciava uma verdadeira ilha da fantasia e que quase afunda de vez a Petrobrás (deixemos a corrupção de lado) com uma política de segurar reajustes em nome da reeleição.

Já durante a campanha, quando as redes sociais explodiram com fervorosos cabos eleitorais de ambos os lados, mas em especial os governistas, eu avisava da leseira que era aquele embate ridículo bem x mal, PT x PSDB, Lula x FHC, direita x esquerda. Era a condução da economia que mandaria a conta para os pobres mortais.

E assim hoje temos contas de energia com aumento de até 40% e com nova previsão de aumento segundo o Banco Central. O mesmo vale para a gasolina. Tais coisas não são artigos de luxo, mas bens básicos na vida de todos, inclusive de quem recebe o famigerado Bolsa Família.

Nem vou falar de alimentos, água, comida fora de casa, mesmo os bandejões da vida.

Na área de educação, o FIES, por exemplo, encolheu para menos de 1/3 do que era antes. O ENEM, porta de entrada para todo e qualquer tipo de de formação em nível superior, foi reajustado de R$ 35 para R$ 63, quase o dobro. Bastou passar a eleição. Mas em verdadeiro escárnio o slogan do governo foi modificado neste ano para Pátria Educadora. É para rir ou para chorar?

Hoje os índices de popularidade de Dilma se assemelham aos de Collor. Mas eu insisto, it's the economy, stupid! Se atuasse verdadeiramente para recuperar o buraco das contas apenas repassado à população, a presidente veria tudo mudar como num passe de mágica. Mas ela insiste em mandar a conta apenas para a população, mantendo, por exemplo, ridículos 39 ministérios, uma verdadeira corte real para os nobres aliados.

Para você que ainda acredita em embates bem x mal, melhor se inteirar sobre a realidade do mundo político e, principalmente, aprender rapidinho conceitos básicos de economia. Ou, antes de tudo, aprenda História. Como tudo é cíclico, pode ser que você não seja pego de surpresa na próxima vez ou pelo menos evite a vergonha de cair em mentiras deslavadas sobre a situação econômica do país. Pelo bem do seu próprio bolso.

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