quinta-feira, 11 de junho de 2015

Cortes no elenco americano preocupam

Inegavelmente, o América montou um senhor elenco para a temporada 2015, em especial se considerarmos a circunstância de que o clube se encontra na Série C do Campeonato Brasileiro.

Nomes como Cascata, Thiago Potiguar, Júnior Timbó, Zé Antonio Paulista, Gilmar, Busatto, Adriano Pardal e a manutenção do técnico Roberto Fernandes e de Max, Cléber, Edson Rocha e Daniel Costa, por exemplo, davam o tom de que o Mecão chegava forte para o calvário da Série C.

Só que o calvário tem se mostrado mais arrasador que o esperado. Sem patrocínio e sem a devida acolhida por parte da outrora fiel torcida americana, a diretoria do clube vem sendo obrigada a mexer na prioridade, deslocando-a do acesso à Série B em direção ao equilíbrio das contas.

Assim, Júnior Timbó e Daniel Costa deixaram o clube antes mesmo da competição nacional. Agora saíram Emerson, Diogo e Clébson, os dois últimos praticamente recém contratados. Novas dispensas para ajuste das  finanças não estão descartadas. E reposição de peças só mesmo através de parcerias com empresários e clubes, o que nem sempre rende grandes resultados, mas que também não pode ser de todo mal visto diante da realidade financeira.

A preocupação, como esperado, já atingiu os jogadores. Busatto, Flávio Boaventura, Zé Antonio Paulista, Cascata e Max, líderes do elenco, chamaram a diretoria para uma reunião para tentar saber até que ponto a crise financeira pode atingir o grupo e se haverá reposição das atuais baixas no elenco. Ou seja, a crise chegou.

Não é fácil a decisão de baixar expectativas em função das finanças. Quase 100% dos brasileiros já passaram por isso em suas vidas e/ou estão vivendo tal situação exatamente neste momento. Na hora do aperto, somente o fundamentalmente essencial permanece. O resto é tido como supérfluo e fica para outra oportunidade. 

É o que infelizmente parece ocorrer com o América. Manter as contas em equilíbrio, ainda que tênue, é essencial. O acesso pode compreensivelmente ficar para depois. Ou ainda: o time titular é essencial. Reservas de luxo ante a realidade financeira são supérfluo. E assim quem ficar de fora mais de dois jogos pode começar a contar os dias para a rescisão contratual. Sem choro, nem vela ou fita amarela.

É uma pena que um ano tão bem planejado tenha um baque desse tamanho, mas é a realidade. Só um embalo mágico como aquele que colocou o América pela primeira vez na Série A no já distante 1997 (o acesso ocorreu em 1996 com um time base praticamente regional) pode inverter a lógica da situação atual.

Vejamos o coelho da cartola que conseguem tirar a diretoria e Bob nesta angustiante pausa na competição. Afinal, missão impossível é com o América.

Um comentário:

  1. A queda do América em 2014 quando teve um das maiores receitas da sua história já anunciava que a série C seria um verdadeiro calvário. Se com dinheiro em caixa fracassou, imagine sem. E se ano passado as classificações na Copa do Brasil funcionou como uma cortina de fumaça para a fragilidade administrativa que resultou no rebaixamento, este ano conquistamos o estadual que enganou muita gente passando a impressão que tínhamos um time competitivo. Não temos. E depois das dispensas ocorridas, fica mais difícil ainda acreditar em dias melhores.
    Embora concorde que missão impossível é mesmo com o América.
    ADAIL PIRES

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