Justiça do RN em greve

2015 não começa nada fácil para jurisdicionados e advogados. Com o fim das férias advocatícias em 20/01, os servidores vinculados ao TJRN prometem entrar em greve a partir do dia 21/01. O motivo são as duras medidas impostas pelo novo presidente do TJRN des. Cláudio Santos tendo em vista o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Vamos a elas:

- exoneração de 100 cargos comissionados no tribunal (até sexta, 88 haviam sido exonerados);

- congelamento e absorção da gratificação de técnico superior, a famosa GTNS (projeto de lei ainda será encaminhado à Assembleia Legislativa);

- suspensão das gratificações de diretores de secretaria, que dobram o salário base (ninguém quer mais o cargo, o que impede, na prática, a obtenção de certidões, por exemplo);

- extinção do adicional por tempo de serviço, ATS, que chega a até 30% sobre os vencimentos (1% por ano de serviço);

- substituição da gratificação dos servidores cedidos por auxílio alimentação para driblar a LRF;

- extinção de gratificações dos oficiais de justiça (gratificação de atividade externa - GAE e gratificação de transporte - GT), embora se afirme que o projeto de lei a ser enviado à Assembleia Legislativa trará a incorporação dos valores aos vencimentos;

- extinção de todas as gratificações de gabinete (concedidas pela presidência do TJRN a servidores);

- redução nos contratos de terceirização vigentes e rediscussão do recente contrato de locação do imóvel dos juizados em Potilândia.

Percebe-se que não há uma única medida que atinja os magistrados, o que já macula firmemente a legitimidade da economia, uma vez que temos uma espécie de esmola com o bolso dos outros.

Acusações de vencimentos aviltantes para a economia do RN pipocam de ambos os lados.

Agora Cláudio Santos acusa os cartórios do RN, outro vespeiro, de se apropriarem de R$ 4,2 milhões em taxas que deveriam ter sido repassadas ao TJRN. E já disse que não basta o ressarcimento; ele espera que o Ministério Público dê início a ações penais para retirar os supostos criminosos dos cartórios. Afirmou que vai cobrar tais providências.

Sobre a greve dos servidores, o presidente do TJRN ameaçou demitir quem não trabalhar e já entrará nesta segunda com pedido para que a greve seja declarada ilegal por ser serviço público essencial.

A OAB/RN solicitou que o TJRN suspenda os prazos processuais enquanto serviços como a emissão de certidões não estejam normalizados.

Enquanto isso, a plebe só tem uma certeza: a justiça, que já é lenta de doer pelos entraves do excesso de burocracia, agora ficará empancada. E é a plebe que sempre paga a conta. De um jeito ou de outro.

Bob esperto

Esperto não, espertíssimo. Bob, ou Roberto Fernandes, não parece disposto a dormir de touca como em seu começo desastroso de temporada no Abc no ano passado. Agora no América, o que o treinador mais tem repetido é que sabe que precisa entrar para ganhar tudo porque a torcida e a diretoria não têm aquela paciência europeia com o trabalho.

E tem sido exatamente isso que ele tem mostrado em campo. Veja o caso do amistoso contra o Botafogo-PB lá em João Pessoa. Bob deixou de lado qualquer tentativa de tirar carta de garantia pelo patente fato de que o adversário já se preparava há mais de mês e que o seu time treinara apenas 15 dias para o jogo. No gol de empate de Paulo Jr., aparentemente mal anulado, um Roberto Fernandes enfurecido foi tirar satisfações com o árbitro, a quem acusou de fazer palhaçada, e foi expulso.

Perceberam? Bob encarou o amistoso de alto risco como uma final de campeonato. Gostei. Já deu mostras aos seus comandados que até campeonato de cuspe à distância tem que ser disputado como final de copa do mundo. Quem não aguentar o ritmo, melhor enfiar a viola no saco já.

Sobre o amistoso, o que tenho é o relato da CBN JP, com aqueles vícios das rádios, tais como fazer anúncio enquanto o visitante tem a posse de bola. Isso termina passando a ideia de que só o time dono da casa jogou. Às vezes, o comentarista repõe a verdade. O de lá afirmou que o primeiro tempo foi essencialmente do Botafogo-PB. De fato, os nomes mais ouvidos do América foram os de Flávio Boaventura e, principalmente, Busatto. Mas o América teve boas chances construídas por Daniel Costa e (mal) executadas por Max e Cléber. Até bola na trave colocou.

No que pude ouvir do 1.° tempo, tive a sensação de que o Botafogo-PB estava arrasador e iria golear. No entanto, o time paraibano que se prepara há mais de um mês só conseguiu vencer Busatto numa cobrança de falta perfeita, no ângulo, do lateral esquerdo Alex Cazumba.

Chega o 2.° tempo e com apenas 3 substituições, Bob muda o jogo. Saíram Cléber, Zé Antonio e Daniel Costa para a entrada de Zé Antonio Potiguar, Thiago Dutra e Cascata. E o América, com apenas 15 dias de treinamento, começou a jogar melhor a ponto de o pessoal da rádio questionar a queda de rendimento do time da casa. Outras muitas substituições aconteceram e o América empatou com Paulo Jr. e o resto nós já sabemos.

O mesmo comentarista afirmou que, se houvesse o jogo da volta em Natal, ele não tinha a menor dúvida de que a história seria completamente diferente porque o América ainda estava em ritmo de preparação, com os jogadores se soltando aos poucos. Tanto que o 2.° tempo já trouxe um melhor desempenho do time americano.

Lógico que ninguém quer perder e a atitude de Roberto Fernandes mostra bem isso. Também é claro que uma preparação feita de derrotas gera desconfiança. Mas há derrotas e derrotas. O América perdeu para um bom time em melhores condições físicas e em seus domínios. Jogo fora de casa é sempre mais difícil. Mais: perdeu para o talento de um jogador numa cobrança perfeita de falta. 1x0 ficou de bom tamanho como teste, especialmente porque houve melhora da equipe no 2.° tempo, já que até empatou no fim.

O importante é começar a implantar a movimentação tática e deixar os jogadores cada vez mais à vontade para o dia 1.° de fevereiro, aí sim com vitória obrigatória e desempenho pelo menos regular, mesmo estando o Potiguar em condição física semelhante ao Botafogo-PB.

Até lá, vamos todos sobrevivendo ao futebol estranho dos amistosos de preparação em geral e rezando para que nenhuma catástrofe aconteça para tirar a pré-temporada dos trilhos.

De uma coisa eu não tenho dúvida: Bob está de olhos bem abertos. E como está!

Pitbull "and still"

Quando criança nutria uma leve (muito leve mesmo) simpatia por boxe. Talvez pela figura carismática do folclórico Maguila, campeão por uma associação qualquer. Era o auge de Rocky Balboa nos cinemas. Quem não se empolgava com aquela criatura que apanhava feito um condenado, então olhava para a esposa, ou dela se lembrava, e enfim conseguia a vitória?

Mas a onda do momento são umas tais Mixed Martial Arts, que já foram conhecidas por aqui como Vale Tudo, apesar de golpe nos genitais e dedo nos olhos não valerem. 

É uma pancadaria desgraçada, sanguinolenta, de quebrar ossos e revirar o estômago. Tem muitos fãs e eu claramente não me incluo entre eles. Mas também não nego que vejo uma luta aqui e outra ali, especialmente quando envolve brasileiros. Se forem norte-rio-grandenses então...

Nesta madrugada, criei coragem para acompanhar o Bellator 132 que a Fox Sports estava transmitindo. Na luta principal, Daniel Straus desafiara Patrício Pitbull, campeão da categoria e mais um orgulho do RN.

Vi uma única luta antes: Virgil Zwicker x Houston Alexander. Foi uma luta bastante equilibrada. Zwicker, que tinha uma barriguinha engraçada, saiu todo ensanguentado, mas venceu por decisão dos juízes. Alexander não ficou muito feliz com o resultado. Eu achei justo.

Troquei de canal para me refazer depois de tanta pancadaria, porém o sono queria me vencer. Voltei e terminei cochilando. Ainda bem que acordei mesmo na entrada de Patrício.

Com um adversário bem mais alto e com um soco potente, o norte-rio-grandense teve o rosto bastante castigado. O sangue jorrava à vontade, principalmente de sua pálpebra direita. Só que Straus era chegado num golpe sujo. Foi vaiado no último deles, quando meteu os dedos no olho de Pitbull, e assim perdeu um ponto. 

Lembrei-me da luta Zwicker x Alexander. Pitbull apanhava muito, mas parecia saber o que estava fazendo, o que se percebia por sua rapidez em contra golpear as tentativas de luta no solo de Straus. E foi numa dessas que o ligeiro e determinado Patrício Pitbull, todo ensanguentado, conseguiu encaixar um mata leão no difícil adversário. Daniel Straus bateu levemente no braço de Pitbull, acusando a desistência no 4.° round.

Foto: Dave Mandel/Sherdog.com

Patrício Pitbull segue campeão no Bellator, como ele fez questão de balbuciar em inglês: "and still". Gostei.

A monarquia nunca deixou o Brasil

Reza a lenda que o Brasil teria se tornado uma república em 1889. Tudo para inglês ver. A verdade é que a monarquia e todos os privilégios que são concedidos aos seus escolhidos permanecem encrustados na alma da sociedade brasileira.

É só ter um tempinho para dar uma olhada nas notícias tanto do Rio Grande do Norte como do Brasil em geral. Funcionários públicos encastelados como verdadeiros marajás, ganhando rios de dinheiro numa realidade de pobreza da peble que os sustenta. A Tribuna do Norte trouxe contracheque de funcionário de secretaria vinculado ao TJRN. O salário base é de quase R$ 6 mil, por si só um oásis na realidade de salário mínimo de quase 80% do RN. Com gratificações de nomes estranhos, o salário em questão quase atingiu R$ 20 mil. Isso mesmo: R$ 20 mil! 

Não é à toa que o poder judiciário do RN está entre os mais caros do país. Juízes, já sufocados com um salário apertado de R$ 26 mil, conseguem aumento para R$ 30 mil e ainda vão embolsar um auxílio moradia de mais 14%. Sem isso, como os coitadinhos teriam teto para morar? Nem sei como o restante da população se vira nesse quesito.

A LRF apertou o TJRN, que apertou os funcionários de secretaria, que agora ameaçam greve. Quem paga a conta? Já sabemos.

O governador do RN eleito agora nem sabe como pagar a folha dos funcionários em 2015, mas teve aumento de 100% em seu salário. 

No Maranhão, Roseana Sarney deixou encaminhadas licitações para compra de alimentos e serviços de jantar para a residência oficial. Entre as exigências de compra consta canapé de caviar, certamente um item de primeira necessidade.

Os políticos e funcionários públicos do Brasil continuam convictos de que vivemos numa monarquia e que eles fazem parte da nobreza a ser sustentada em seus luxos e esbanjamentos pelos cofres da viúva. Clamam por aumentos de repasses e vencimentos lamentando a penúria de viver com salários de dezenas de milhares de reais. Encastelam-se em seu mundo de obras faraônicas para não serem confudidos com a plebe.

E, quando surge a necessidade de arrochar as contas, já sabemos que não será da verba que sustenta o luxo da nobreza brasileira que sairá um mísero centavo. São as verbas de serviço essenciais à população, como educação e saúde, que serão sumariamente cortadas.

De que serviu a Revolução Francesa? De que serviu a transformação do Brasil em república? Ou enxergamos que é preciso acabar com essa bandalheira monárquica que é feita às escâncaras no Brasil, ou passaremos a vida a sermos otários a sustentar os luxos da nobreza encastelada, enquanto milhões nem sabem como vão pagar a refeição do dia.

Chega! O Estado não tem que sustentar carro, casa, telefone e comida de seu ninguém. Muito menos as delícias de uma vida de marajá. Isso é imoral ante a realidade em que estamos inseridos. Quando acordaremos?

Em pleno século XXI, precisamos gritar: abaixo a monarquia! Sem dúvida, uma vergonha para nossa nação.

O possível time inicial de Roberto Fernandes

Nesta semana, o América começará a mostrar um esboço do que tem em mente o técnico Roberto Fernandes. Considerando as pistas que Bob deu durante suas entrevistas, especialmente a concedida à Rádio Vermelho de Paixão, quando revelou que as duplas de cada setor terão um jogador mais jovem e um mais experiente, vamos à especulação.

No gol, pela excelente fase que mostrou no Icasa na fase final da Série B do ano passado, Busatto deve ser o titular. Pantera corre muito por fora pelas contusões. Léo e Reinaldo são muito jovens.

Na zaga, Cesinha corre por fora no início pelo longo período de inatividade. Acredito que devemos ter Cléber e Flávio Boaventura, ou até este e Edson Rocha. Se levarmos em consideração a ideia de um jovem e um experiente, a zaga seria Zé Antonio e Flávio Boaventura ou Edson Rocha.

Nas laterais, Wálber é titular na direita e, se estiver 100%, acredito que Arthur Henrique será o titular. Caso contrário, Magalhães assume a titularidade.

A dupla de volantes deve ter Judson e Zé Antonio. Como este chegou depois, Marcus Vinícius pode surpreender.

A armação das jogadas ficará a cargo de Daniel Costa ou Júnior Timbó e Cascata ou Thiago Potiguar. Andrezinho corre por fora.

O ataque terá Max e Buba ou Emerson. Alekito corre por fora.

Assim, o time seria Busatto, Wálber, Cléber, Flávio Boaventura, Arthur Henrique; Judson, Zé Antonio, Júnior Timbó, Cascata; Buba, Max.

Lembrando que isso é apenas uma ideia inicial. Somente o desenvolvimento da equipe é que apontará os reais titulares do dia 1.° de fevereiro na Arena das Dunas. Até lá, muita água ainda vai rolar embaixo dessa ponte.

A importância das antíteses

Pensei nisso ontem no Takami. É que na noite anterior fui conhecer um outro restaurante japonês da cidade. Aliás, comida japonesa é a minha fraqueza. Adoro! Quem não gosta muito é o meu bolso...

Mas voltando: nesse outro restaurante tive a pior experiência de comida dos últimos tempos. Horrível e cara. Apenas o atendimento foi cortês.

E as antíteses? É que o fato de comer uma comida japonesa tão ruim e cara só reforçou em mim o ótimo conceito que formei do Takami, indicação inicial de Silva Mecão (Twitter). Sou grata até hoje.

Aí é que está o negócio: reclamamos tanto das experiências ruins e não percebemos que elas também têm a sua importância. A liberdade teria todo esse destaque se não houvesse existido a escravidão? O amanhecer teria tanto valor se não escurecesse? Como valorizar a saúde sem uma doença a nos chacoalhar? E o descanso sem uma rotina de trabalho? Poderia adentrar o campo da política, e do esporte e a lista de perguntas seria sem fim.

Não estou inventando a roda. Hegel, filósofo alemão de grande importância para o Direito, já havia percebido em seus estudos que a antítese era tão importante quanto a tese porque do embate delas surgia uma nova síntese, uma nova realidade.

Experiências ruins, apesar de amargas, têm o seu valor. Pense nisso no próximo tropeço. 

Finalizo com a reflexão de Lulu Santos em Certas Coisas:

A entrevista de Roberto Fernandes

A rádio Vermelho de Paixão promoveu excelente entrevista com o técnico americano Roberto Fernandes. Como o blog Vermelho de Paixão permitiu que o público enviasse questões, mandei as seguintes perguntas (as correspondentes respostas - quando for o caso - seguem abaixo): 

1) Qual a ideia inicial para o esquema de jogo? 2 ou 3 zagueiros? Laterais ou alas? 2 ou 3 volantes? 1 ou 2 meias? 2 ou 3 atacantes, e desses, um mais fixo? Categoricamente, Roberto Fernandes descartou os 3 zagueiros, mas não quis declinar o restante do esquema. No entanto, deixou escapar que quer total equilíbrio e que adotará o 4-4-2, já que falou em 2 volantes e 2 meias. Vejamos.

2) Quais são os jogadores do elenco com talento para cobranças de falta, especialmente as de longa distância?

3) Qual é a principal característica de jogo que um time sob seu comando deve ter? 

4) Além de Edson Rocha, quem do elenco pode atuar do lado esquerdo na zaga? Flávio Boaventura e Zé Antonio, embora ele não goste deste na esquerda.

5) Ante o histórico de lesões de alguns jogadores cruciais do elenco, é possível confiar, pelo menos de início, nos eventuais substitutos para assumir a titularidade?

6) O que esperar do jogo de estreia no estadual? O América será um time suficientemente competitivo para conquistar a vitória.

Durante o programa, Bob afirmou que Wálber e Judson começam a temporada como titulares e que não reeditará a dupla de zaga Cléber e Edson Rocha, o que praticamente deixa Flávio Boaventura como titular. Resta saber no lugar de quem. Se 2014 servir de base, a zaga terá Cléber e Flávio Boaventura. 

Também disse que Cascata não será escalado em todos os jogos.

Lamentou a ausência de um fisiologista no América, culpa das condições financeiras.

Afirmou que a maioria das contratações só são feitas na base da confiança que os contratados têm no treinador, já que jogador de qualidade como os atuais não querem disputar a Série C.

Bob esperava que Rodrigo Pimpão cumprisse o contrato com o América para só então buscar novo clube. Disse, não se referindo diretamente a Pimpão, que comprará uma agenda 2016 para fazer uma lista de quem fugiu da raia em 2015. Não quer nenhum desses na volta do América à Série B. E afirmou que muitos trocaram uma boa proposta do América por outras mais ou menos de clubes que estão com salários muito atrasados.

Sobre o desentendimento entre o presidente Gustavo Carvalho e Alex Padang, externou o desejo de que eles possam se juntar em prol do América - sempre mais forte quando unido.

Enfim, Bob continua a encarnar bem o espírito americano e certamente é a unanimidade positiva a se contrapor à negativa representada por Flávio Boaventura.

Tenho certeza de que não haveria melhor pessoa para enfrentar essa turbulência por que passa o Mecão. Que ele traga o Orgulho do RN de volta.

Só sócios

Depois do protesto da torcida na apresentação do elenco, o América definiu que somente sócios, sejam de temporada ou proprietários, terão acesso ao centro de treinamento em Parnamirim.

Confesso que não acho a medida antipática de jeito algum. Muito pelo contrário, vejo como forma de prestigiar os que sustentam mais religiosamente o clube. 

Só acho que os sócios poderiam ter direito de levar pelo menos um visitante, como antigamente ocorria na sede social. Ou pelo menos que os visitantes não-sócios pudessem pagar uma taxa simbólica para acesso. Digo isso porque, sempre que tenho oportunidade (algo raro nos últimos tempos), levo alguém para conhecer o CT - definitivamente uma área bonita e agradável.

Mas entendo perfeitamente a decisão da diretoria em querer preservar o espaço de treinamento do time, que precisa de calma e privacidade para um maior rendimento.

Fica apenas a sugestão acima.

Técnico do Paços de Ferreira quer manter Boaventura

Como eu já havia comentado no Twitter, inclusive com reportagem da RTP, o técnico Paulo Fonseca não quer que o Paços de Ferreira (Portugal) libere mais qualquer jogador do elenco, mantendo os atuais 25 atletas (eram 30).

Reportagem do site português abola.pt é ainda mais direta a respeito da manutenção de Flávio Boaventura, mesmo havendo interesse do América. 

Segundo o site, Boaventura, apesar de anunciado pelo clube brasileiro, continua treinando no clube português porque seu vínculo contratual não foi rompido e o treinador deseja sua manutenção por não querer criar quaisquer "desequilíbrios no plantel, face às elevadas exigências da Liga (portuguesa)."   Seria a redenção do América? Aguardemos os fatos. De todo jeito, a janela de transferências em Portugal segue até 31 de janeiro. 

Confira na íntegra aqui.

Abra o olho, Bob!

Todo ano, os clubes de futebol apresentam suas prioridades. No caso do futebol norte-rio-grandense, ser campeão estadual às vezes é uma delas. Conquistar uma vaga na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil também faz parte da lista. Fazer um bom campeonato brasileiro é a maior delas, embora o conceito de bom campeonato seja variável individualmente: não cair, conquistar acesso, ficar entre os 10 primeiros...

O América jura de pé junto que a prioridade é voltar para a Série B. É o que se confirma nas entrevistas do técnico Roberto Fernandes. Mas estamos falando de América e, assim, é melhor Bob abrir o olho. Explico.

No ano passado, a prioridade absoluta do 1.° semestre era ser campeão do Nordeste, segundo entrevista de Eduardo Rocha. O técnico Leandro Sena escalou o reserva do reserva contra o Baraúnas e subiu no telhado, dali caindo após tomar 4 gols contra o Ceará.

O próprio Bob caiu na primeira fase da Copa do Nordeste 2013 e foi demitido pelo amigo Alex Padang, embora tenha sido readmitido semanas depois.

A torcida americana está fumando numa quenga após o surpreendente rebaixamento e a estapafúrdia contratação de Flávio Boaventura dias após ele ter malhado desse rebaixamento. Um tropeço no estadual, na 1.a fase da Copa do Nordeste ou até no confronto de altíssimo risco na Copa do Brasil contra o Globo (já treinando há um mês) pode ser fatal para o treinador ante o conhecido desapego do presidente Gustavo Carvalho e sua diretoria por treinadores (justa exceção de Oliveira Canindé) e, principalmente, pela pressão das arquibancadas. O clima da apresentação do elenco, com a torcida já botando pressão em todos, mostra bem o que estou falando.

Então, é melhor Bob abrir o olho e não cair nessa conversa de que o que vale é o Brasileiro, já que o América como um todo se encontra no fio da navalha. Um escorregão e ele pode nem chegar à Série C. 

Que ele tenha sabedoria para navegar nesse mar revolto do 1.° semestre do centenário.