Pode parecer estranho ressaltar a raça demonstrada pelos jogadores numa vitória por 3x0. Mas quem assistiu ao jogo América 3x0 Paysandu bem sabe do que eu estou falando.
Primeiro, a doce chuva de Goianinha impediu qualquer torcedor de ficar parado no estádio. Ou se agita, ou passa frio. Segundo Janaina, Deus sabe o que faz, portanto, a chuva foi providencial.
Dentro de campo, o América sufocou o Paysandu, exatamente como havia feito com o Avaí naquele outro lugar cujo nome nem cito mais. Nem o goleiro adversário teve tranquilidade na saída de bola. O Paysandu simplesmente não saía de sua defesa. E tome pressão do América!
Claro que o adversário não aguentaria muito tempo. E assim, Rodrigo Pimpão tenta cruzar rasteiro, a bola desvia na parte interna da perna do zagueiro do Paysandu e, tchan, tchan, tchan, gol do Mecão! Explosão de alegria molhada no Nazarenão.
O Paysandu até que tenta algo, mas não adianta. A energia positiva de Goianinha é tamanha que até transformou o velho carrasco paraense em novo freguês do Mecão.
Chuva desabando cada vez mais forte, eis que surge mais uma alegria: o dindim de coco queimado. Não um pirata do jogo passado, mas o original, saborosíssimo, vendido por um pai acompanhado da filha. Êxtase total meu e de meus companheiros de arquibancada! Fazendo frio ou não o dindim é sine qua non em Goianinha. Pena que nem sempre ele esteja disponível.
A chuva aperta no intervalo. À essa altura, meu cachecol já era de mamãe - que fez questão de ir ao jogo, mesmo com os meus alertas sobre as confusões causadas pela torcida adversária em 2011 - e a bandeira de Mariza, providencialmente utilizada como abrigo para as duas. Para que se tenha uma ideia da chuva, de instante em instante, Mariza torcia a bandeira como se faz com roupa que acabamos de lavar. Mamãe permanecia sentadinha, sem reclamar de nada no Nazarenão.
Começa o 2.° tempo e a pressão do Paysandu, como esperado até pelo nível de marcação do América na etapa inicial, aumenta. Sai Chiquinho (jogou bem), entra Almir. Sai Rodrigo Pimpão, entra Vinícius Pacheco. No primeiro passe deste, contra-ataque do Paysandu. Acorda, Vinícius! Acordou. Quase marca em dois lances com o goleiro.
Torcida inquieta. Sai Júnior Negão, entra Edson Rocha. Algumas vaias. Umas para Junior Negão. Quem estava perto de mim e vaiou ouviu um sermão sobre inconsciência. O cara salva o time no jogo anterior e sai ovacionado. Aí joga com dedicação, mas não consegue marcar e há quem o vaie? Pelo amor de Deus! Ainda houve quem quisesse gritar pela saída de um atacante para a entrada de Edson Rocha. Neste caso, o problema era quase de autismo mesmo. Era tão difícil ver que era preciso reforçar a defesa, que já tinha o desfalque de todo o lado direito titular?
Ainda bem que os aplausos foram maiores. Ainda me diverti muito com um torcedor que estava acima e dava verdadeiras aulas táticas. O melhor foi "sem Marcelo Negão vai ficar difícil". Não sei como passamos sem tal jogador até hoje :D
Por fim, Pintado comprova que tem estrela. No jogo contra o Figueirense, ele colocou Junior Negão e o atacante resolveu a parada marcando dois gols. Ontem, foi a vez de Vinícius Pacheco liquidar a fatura também marcando dois gols.
Posso afirmar que foi uma noite maravilhosa do jeitinho que ela foi: com chuva, com pressão, com raça. Todos - eu disse, todos - os jogadores do América estiveram bem. O time nem parecia estar desfalcado. Andrey, Chiquinho, Cléber, Edvânio, Rai, Márcio Passos, Daniel, Mazinho, Chiquinho, Rodrigo Pimpão, Júnior Negão, Almir, Edson Rocha e Vinícius Pacheco demonstraram raça e dedicação e, por isso, merecem todos os aplausos.
A torcida também, já que encarou a chuva, ficou de pé os 90 minutos e empurrou o time para frente mesmo quando o adversário pressionou.
Não canso de dizer que em Goianinha a história é outra.
Ah, não posso deixar de dizer que o normalmente péssimo Alício Pena Jr teve uma atuação discreta e que merece aplausos ante as bizarrices das arbitragens anteriores.
Pois é. Em Goianinha, é outra história. Aproveitamento de 100% e time invicto há 4 partidas. Na terça, às 21h50, tem mais. #Nazarenãoeuteamo e #PraCimaMecão