Neste ano, descobri que o que durante algum tempo sempre me incomodou era na verdade uma esofagite crônica acompanhada de gastrite leve. Pior foi saber que tenho um tal de "esôfago de Barret", uma pré-condição para câncer. Achei este artigo do Einstein Saúde (Dr. Miguel Cendoroglo Neto) tão elucidativo, que peço que você perca esses minutinhos lendo para não deixar que algo mais grave lhe acometa. É melhor prevenir do que remediar (eu que o diga). Confira:
"Estilo de vida pode propiciar refluxo - condição que afeta a saúde digestiva está diretamente ligada à alimentação desregrada e à obesidade
Nos últimos 10 anos, a incidência da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) vem apresentando aumento constante, consequência dos maus hábitos alimentares e do crescimento acelerado dos casos de obesidade na população - uma epidemia global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O problema tem, ainda, relação direta com fatores comportamentais como fumo e consumo elevado de café, chocolate, sedentarismo, longos períodos em jejum e ingestão acelerada de alimentos.
O refluxo gastroesofágico (retorno do conteúdo gástrico para o esôfago) é provocado principalmente pelo relaxamento do esfíncter esofágico, um músculo localizado no fim do esôfago que normalmente se abre para a passagem da comida e depois se fecha para evitar o retorno dos alimentos ou do suco gástrico. Quando esse mecanismo apresenta algum problema de funcionamento, como o fechamento inadequado, o refluxo reaparece.
Embora frequentemente esteja acompanhada de azia, queimação ou mau hálito, a condição de ser assintomática. Contudo, quando atinge a parte alta do esôfago, pode have engasgo, rouquidão, pigarro e tosse crônica, já que o suco gástrico agride a laringe e as cordas vocais. O líquido também pode entrar no pulmão, levando a asma, bronquite e até pneumonia.
Se não tratado, um quadro leve da doença pode resultar em erosões e úlceras no esôfago. A doença do refluxo pode, ainda, evoluir para o chamado esôfago de Barrett (a mucosa do esôfago se transforma em mucosa gástrica), elevando em 30 vezes o risco de câncer no esôfago.
Vale ressaltar que o diagnóstico da doença do refluxo é realizado, na maioria dos casos, por meio do relato do paciente, principalmente quando há repetição dos sintomas várias vezes por semana e durante meses seguidos. Exames complementares como a endoscopia digestiva alta - para verificar se há alguma lesão causada pela doença, como úlceras e esofagites, ou alterações anatômicas, como hérnia de hiato -, ajudam a identificar a gravidade do refluxo.
A pHmetria esofágica também pode ser solicitada para medir a quantidade de ácido que ascende para o esôfago e o tempo em que o esôfago fica exposto ao pH ácido. Considera-se anormal a presença de refluxo (pH menor que quatro) acima de 4% do tempo total do exame (24 horas).
Com base no resultado dos exames é definido o tratamento, sendo mais comum o uso de medicamentos inibidores da produção de ácido pelo estômago. Outra opção, de acordo com a gravidade do quadro, é a cirurgia, realizada geralmente por via laparoscópica. Contudo, seguir a orientação dietética, combater a obesidade, alimentar-se de forma correta e evitar o cigarro são fatores decisivos para que o tratamento seja eficaz e leve à extinção dos sintomas.
Fonte: www.einstein.br