Jogo do Brasil na equívoca copa masculina no Catar e eu ainda sigo resistindo até onde aguentar.
Hoje, Janaina deu um jeitinho de me colocar de frente à TV no começo do jogo: cafezinho na cozinha com a TV "casualmente" ligada na Globo. Acusei logo a manipulação, que ela segue jurando que foi pura coincidência.
Terminado o cafezinho, fomos para a caminhada do dia no campus. Um silêncio do jeito que eu adoro. Logo, logo começamos a ouvir gritos da torcida aqui e ali. "Será que foi gol?", Janaina me perguntava, ao que eu respondia que quando fosse gol do Brasil não teríamos a menor dúvida.
E assim foi. Os gritos se espalhavam do Mirassol para o campus, e eu me lembrei do Machadão quando eu chegava atrasada aos jogos do América. De fora, o grito da torcida no gol era de entusiasmar até quem não torcia. Fogos espocavam em vários pontos.
Corri para checar o Twitter - enquanto este ainda sobrevive - para conferir o dono da alegria brasileira: Richarlison.
Mais à frente, nova explosão de alegria. Nova conferência no Twitter: mais um gol de Richarlison. Desta feita, geral comentando que foi um golaço. Aliás, um não, "O" golaço da copa.
Chegamos em casa ainda em tempo de Janaina conferir os últimos 12 minutos de jogo. Eu fui lavar a louça, ainda resistindo enquanto posso ao Catar. Nos lances pós-jogo, fiquei ainda mais feliz de saber que os dois gols tiveram participação de Vini Jr.
O repórter lembrou que a última vez que o Brasil venceu numa estreia de copa com dois gols de atacante foi justamente em 2002, ano do pentacampeonato.
E que atacante, né? Richarlison é quase uma válvula de escape num ambiente que trouxe muita decepção nos últimos anos.
Não bastasse tudo isso, o povo brasileiro, a torcida brasileira, todas as pessoas vão resgatando seus símbolos nacionais usurpados pelo fascismo.
O verde e o amarelo, a quase sagrada (para o mundo todo) camisa de futebol do Brasil, a bandeira nacional merecem um tratamento digno. Que nunca mais sejam utilizadas para a mais baixa forma de bandidagem politiqueira e golpista.
Eu vou resistindo ao Catar até onde der, mas Richarlison e Vini Jr. vão tornando minha tarefa cada vez mais difícil.
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