terça-feira, 15 de novembro de 2022

Evolução

É preciso ter muita dor de cotovelo ou não ter qualquer conhecimento de futebol para não enxergar a clara evolução que a seleção brasileira de futebol está tendo sob o comando da técnica sueca Pia Sundhage.

O encerramento da temporada 2022 trouxe uma cereja no bolo para o Brasil: uma vitória convincente sobre a forte equipe do Canadá. E olhe que esta mesma forte equipe merecia ter tido 2 jogadoras expulsas por chegadas na canela das adversárias, mas a árbitra fez a egípcia para a punição mais grave.

O time de Pia começou no nervosismo e sofreu até mais ou menos os 18 minutos do 1.° tempo, quando enfim Geyse entrou no jogo pela direita e o Brasil botou as asinhas de fora contra as canadenses. Essa melhora de Geyse obrigou o Canadá a trocar a ótima Lawrence de lado para segurar os avanços brasileiros por ali.

Se pela esquerda com Adriana e pela direita com Geyse o Brasil mostrava um equilíbrio maior para superar o forte Canadá, foi uma roubada de bola pelo meio com Kerolin, que levou a jogada até conseguir rolar para a artilheira imperatriz Bia Zaneratto fazer justiça e abrir o placar para o Brasil.

No 2.° tempo, tudo ia tão bem que eu pisquei o olho e já fui surpreendida pelo pênalti para o Canadá - como sempre, muito bem cobrado por Lawrence.

Nesse momento, o Brasil pareceu entrar em parafuso e o Canadá alugou a área brasileira, dando a impressão de que não só viraria o jogo, como ainda conseguiria fazer mais gols.

Mas Pia mexeu bem na equipe e o Brasil recuperou o fôlego e não só equilibrou o jogo, mas conseguiu pressionar para sair com a vitória. Foi em escanteio bem cobrado pela mãe Tamires, que encontrou primeiro a cabeça de Gabi Nunes e logo depois a espertíssima Ana Vitória, que a vitória chegou de vez.

Há falhas de marcação e o Brasil poderia ter um pouco mais de velocidade para sair do ataque para a defesa, particularmente? Sim, ainda. Entretanto, Pia tem colocado escalações sem algumas titulares (hoje, por exemplo, sem a norte-rio-grandense Antônia e sem a rainha Marta) e que ainda assim engrossam o caldo para cima de seleções mais fortes, caso da atual canadense, que vinha de uma sequência de 5 vitórias na temporada. A evolução de jogadoras como Debinha, Kerolin, Geyse e Adriana, para ficar do meio para a frente, é de encher os olhos para um time que antes vivia tão somente da inspiração das veteranas Formiga, Marta e Cristiane, duas das quais nem lá estão mais.

Hoje o Brasil tem goleiras, assim no plural. Lorena e Letícia têm cacife para as disputas internacionais como há muito eu desejava ver nesta posição.

Por tudo, o Brasil terminou 2022 com uma pitada de esperança de ter uma equipe competitiva na Copa do Mundo 2023. E já tem amistoso fortíssimo marcado para abril: somente a campeã da Eurocopa Inglaterra. Que sigamos em evolução!

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