O mundo anda tão pesado nesta década que às vezes tudo que a gente quer é um livro, um filme ou uma série - tudo a depender do tempo disponível - que nos afaste do barulho da realidade.
Primeira Morte (First Kill) da Netflix cumpre bem esse papel. Traz o romance à la Romeu e Julieta entre duas adolescentes da high school americana. Só que uma é vampira e a outra pertence a uma família de caçadores de vampiros.
Há alguns exageros com sangue, como esperado, mas a série não chega a merecer a pecha de violenta. Também não tem a intenção de assustar. Alguns efeitos especiais são até risíveis, mas eu gosto quando uma série desta temática não se leva tão a sério.
Neste caso, o destaque é o romance adolescente mesmo e que, apesar de ter algum excesso de artificialidade no elenco fora do foco principal, conta com gente de talento, como Elizabeth Mitchell, a vampira mãe, e a convincente Sarah Catherine Hook, a vampira protagonista.
Também é bom ressaltar que a fórmula do sucesso descoberta pelo streaming em geral segue aqui: a série é adaptação de livro lançado em 2020, salvo engano.
Há passagens impagáveis de diálogo, o que me garantiram, vejam só, boas risadas ante as tiradas inteligentes.
A fantasia também não foge tanto assim da realidade. Por exemplo, a obsessão da família caçadora de vampiros em exterminar qualquer ser vivo que não seja classificado como ser humano ressalta a intolerância vista a torto e à direita no mundo, a ponto da audiência se perguntar quem mesmo é o monstro ali.
Os 8 episódios de aproximadamente 50 minutos cada são muito bem conectados, sendo esforço hercúleo não maratonar a temporada para saber o que vai acontecer a seguir.
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