A ideia é maravilhosa: aquele drama judicial americano majoritariamente filmado com atores negros. O problema foi o orçamento.
Quer dizer, talvez nem seja o orçamento, mas o que o diretor resolveu fazer com O Limite da Traição. Não é brincadeira, não. Há uma cena em que um figurante idoso fica olhando para a câmera e simplesmente não come nada do seu prato. Ele até finge colocar o garfo na boca, numa cena grotesca que nem uma peça de escola seria capaz de produzir.
Voltando à estória, uma mulher é acusada de matar o marido e uma péssima (profissionalmente falando) defensora pública é escalada para representá-la. Em outra escolha errada, o diretor leva um tempão num flashback super mal pensado.
São duas horas de filme. Eu me senti assistindo a uma novela mexicana com aquelas péssimas dublagens do SBT em boa parte. Do julgamento em diante o filme fica um pouco mais crível e tem até um final interessante.
Ao fim e ao cabo, O Limite da Traição, de Tyler Perry, é mais uma ode de como matar um bom enredo. Tinha tudo para dar certo, mas dá muito errado. Junta-se a A Ilha, com Scarlet Johansson e Ewan McGregor, dirigido por Michael Bay.
Não perca seu tempo. A menos que você queira ver Mehcad Brooks, o James Olsen de Supergirl, numa verdadeira transformação física, ou goste de ver cenas trashes, como a do figurante no primeiro jantar entre o personagem de Mehcad Brooks e a que dá nome ao filme em inglês A fall from Grace Grace Waters.
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