domingo, 8 de março de 2020

Relacionamento x amor próprio


Se você superar os primeiros 10-20 minutos de História de um Casamento, vai receber uma ótima estória de volta. 

O início é mesmo modorrento, mas o desenrolar do filme demonstra detalhes tão sensíveis de um amor que não tolerou o relacionamento vivido sob as regras de um só que é impossível não gostar do resultado. Eu tenho até que admitir a surpresa de saber que o filme tem como diretor um homem - Noah Baumbach.

Os atores também estão um primor, mas a tal da Laura Dern simplesmente arrasou. Não é de admirar que tenha sido ela a vencedora do prêmio de melhor coadjuvante na edição deste ano do Oscar.

O desenrolar da estória vai revelando a anulação do indivíduo num relacionamento, algo perigoso especialmente quando não é recíproco. É sobre o casamento de um diretor de teatro e de uma atriz. O amor resiste, mas chega uma hora em que o amor próprio precisa receber a devida vazão, e aí normalmente ninguém sabe mais quando acaba o relacionamento e começa o indivíduo, o que é motivo de choque e muito sofrimento.

A boa obra da Netflix, que recebeu indicação ao Oscar de melhor filme, traz ainda os bastidores jurídicos (e caríssimos!) de um divórcio nos EUA, especialmente na Califórnia. É numa hora dessa que o(a) brasileiro (a) agradece por nascido(a) aqui.

Quando chega ao fim, História de um Casamento deixa aquela sensação boa de quem bateu um papo sobre problemas da vida com um(a) amigo(a) tomando um cafezinho. Basta coragem para superar os primeiros 20 minutos.

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