sábado, 7 de março de 2020

No velho estilo


Enfim assisti a O Irlandês. Normalmente tenho alguns senões em relação a Martin Scorsese, mas como resistir a um filme que tem Robert de Niro, Joe Pesci e Al Pacino?

A lembrança de Os Bons Companheiros é imediata. Faltou Ray Liotta. Cassino, que veio depois com Sharon Stone indicada ao Oscar, também vem à lembrança. Scorsese gosta desse tipo de filme. Mas confesso que esperava um filme mais violento do que a produção da Netflix de fato é. 

Vemos muita corrupção (sim, isto não é exclusividade brasileira, nem os Estados Unidos são um altar de anjos), uma certa ode ao machismo, tiros e sangue - o velho caldo de Scorsese. Não gostei nem um pouco da maquiagem de rejuvenescimento dos atores. Em alguns momentos parecia até um filme de orçamento baixo, quando foram gastos R$ 160 milhões. E o espancamento de um padeiro também tem falhas terríveis de coreografia e de posicionamento de câmera. Não chegou a ser surpreendente que o filme tenha recebido 10 indicações ao Oscar e nenhum prêmio confirmado.

O bom mesmo é o enfoque nos sentimentos de Frank Sheeran, veterano de guerra envolvido com a máfia e com o líder sindical Jimmy Hoffa, cujo desaparecimento nunca foi esclarecido e deu margem a várias teorias para sua morte. Em outro filmaço lá nos anos 90, Jack Nicholson foi o responsável por dar vida a Hoffa e outra solução foi apresentada.

Nesse ponto, Scorsese acertou em cheio. De Niro é daqueles atores que convencem só com o olhar, não precisa fazer um gesto ou dizer uma palavra. Ter como companheiros mais frequentes de cena Joe Pesci e Al Pacino também elevou a obra apesar de todos os defeitos apontados.

O Irlandês tem 3h30, mas eu nem senti. Fui obrigada a interromper com 2 horas e alguma coisa por ter compromisso. Retomei assim que fiquei livre novamente. E já engatei no especial a respeito dele também na Netflix, mas este passa longe daquele, viu? 

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