O W.O. do Figueirense ontem pela Série B traz um verdadeiro marco na luta pela moralização do futebol brasileiro. Pela primeira vez, um time inteiro se recusou a entrar em campo por falta de pagamento de salários.
Nada de corpo mole, insatisfação velada, rumores, ameaças de não treinar. Jogadores e comissão técnica acabaram com a hipocrisia e foram direto na jugular: W.O., que trará outras punições ao clube.
Parece radical. No entanto, o que pode ser mais radical do que contratar alguém e não pagar os salários, algo recorrente nos clubes Brasil afora?
O famigerado planejamento do futebol brasileiro é uma mera peça de ficção e nem conselheiros, nem torcedores têm força ou vontade suficientes para impedir o verdadeiro sucateamento dos clubes promovidos na maior cara limpa por apaixonados dirigentes. Pelo menos o lado que mais sofre na pele - quem trabalha e não recebe para seu sustento - agora deu um passo efetivo para mudar essa realidade, afinal, o W.O. do tradicional Figueirense pode ser apenas o primeiro de muitos, obrigando dirigentes a lidar com novas consequências das ficções por eles criadas.
E não foi numa Série D, não! Foi na B, que tem cotas bem polpudas, o que expõe ainda mais a inversão de valores que grassa no futebol tupiniquim.
Ontem pode ter sido o marco de um novo tempo. Oremos.
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