quinta-feira, 20 de março de 2014

Não dá para entender!

Desculpem-me, mas não dá mesmo. Não consigo entender como alguém paga ingresso (caro!), sai de casa à noite para ver um jogo às 22h e que terminará à meia-noite, só voltará para casa no dia seguinte (no meio da semana!), tudo isso para passar 90 minutos reclamando de 11 jogadores. Não entendo. Acho que deve existir gente assim em todas as torcidas. Mas a do América é repleta de almas com esse nível de perturbação. 

Jogo dificílimo pela Copa do Nordeste. O América CHEIO de desfalques (goleiro, meias, atacantes) e com a ingrata missão de ter que devolver os 4x0 ao Ceará para chegar à final da competição. Ameaça de chuva. Um grupo enorme de torcedores aguarda o time para gritar "Eu Acredito", numa bela demonstração de apoio aos jogadores.

Entretanto, há pessoas que saem de casa para se irritarem e causarem irritação aos outros. Só um psicólogo pode entender e resolver esse tipo de frustração. Vejam que chato! Ontem, eu tive que aguentar uns certos indivíduos passarem o jogo INTEIRO gritando coisas do tipo "isso é um frangueiro", "Rai é uma b...", "ele vai perder a bola", "pede para sair, Val" e por aí vai. Não, não era a torcida do Ceará, nem o América estava sendo goleado. Muito pelo contrário. O América fazia um primeiro tempo quase perfeito. E ficou no quase porque não converteu as 5 chances criadas, apenas 2. Apenas duas parece menosprezo. Não é. É que o América não deixou o Ceará respirar nos primeiros 45 minutos e poderia ter aplicado a goleada de que precisava ainda na metade do jogo. Eu encantada com o espírito de grupo de todos e com a excelente partida de Edson Rocha e almas sujas despejando seus sentimentos negativos nos meus ouvidos. Argh!

Foi por esse motivo que deixei de frequentar o antigo portão 5 do Machadão ainda em 2005 e passei a sentar ao lado da Máfia Vermelha. Só que a Arena das Dunas não mais me permite essa proximidade. Estou fadada, pelo menos por enquanto, a sentar no Setor Leste, ultimamente refúgio dos revoltados com a vida e/ou doentes do fígado. Irritante ao extremo! Pior: um pé para confusão, porque nem todo mundo aguenta, e assim todo jogo agora há discussão entre torcedores que quase chegam às vias de fato.

Engana-se, porém, quem pensa que a frustração é própria apenas dos torcedores. Ontem os 11 titulares do América lutaram como leões dentro das limitações de cada um. O time não tinha um meia de ofício nem um centroavante de verdade. No entanto, todos se dedicaram a passar por cima disso. NINGUÉM jogou mal. Mas eis que sou obrigada pelo engarrafamento do estacionamento da Arena das Dunas a ouvir votos na Rádio Globo Natal indicando Val como mortinho do jogo. Mortinho do jogo? Acho que o mal de Val foi ter dado duas assistências para gol. Ou foi uma piada de extremo mau gosto, ou eu que não entendi a graça.

Talvez a irritação tenha origem na grande inteligência da administração da Arena das Dunas, que não cumpriu até hoje nos jogos que contaram com minha presença o horário de abertura dos portões de entrada. Nem mesmo o acesso à praça é permitido. Será que é tão difícil perceber que quanto mais tempo um torcedor passa dentro de um estádio mais ele consome? Mas isso não passa pelo planejamento da OAS, que prefere incentivar o comércio informal do lado de fora, único que acolhe os que chegam no horário devido. Qual seria a causa de tamanho amadorismo da OAS? Incompetência mesmo? 

Enfim, deixando todas as frustrações de lado, adorei o jogo do América até o momento em que os titulares cansarem. Mais ainda: até a entrada de Índio Oliveira, este sim, mortinho do jogo. Sem ritmo, Índio teve enfatizado um velho defeito - precisa de um bola só para ele. Tanto foi que ninguém mais tocou a bola para ele e o América terminou com 10 valentes e esgotados jogadores em campo. E eu tendo que aguentar a frustração dos outros. 

Que Deus ilumine essas criaturas a buscarem um psicólogo! Urgente.



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