domingo, 26 de setembro de 2021

Responsabilidade aumentada

Hoje o América entra em campo contra o Moto Club carregando uma responsabilidade bem maior nas costas. Não, não me refiro à enorme pressão de 5 temporadas na Série D. Essa todo mundo já conhece. É sobre público e pandemia a responsabilidade que mais pesa hoje.

América x Moto Club é o primeiro jogo oficialmente a receber público no RN após o reconhecimento da chegada da pandemia de Covid-19 ao estado. 

Hoje teremos imagens que vão percorrer o mundo mostrando o público que estará acompanhando o jogo de algum assento na Arena das Dunas. Como será a entrada e a saída desse público? Como ele se comportará durante todo o jogo? Qual será o saldo de saúde e segurança ao final de toda essa experiência? 

O comportamento da torcida e, principalmente, da fiscalização do clube mandante será definitivo - imagino eu - para que a experiência seja repetida, ampliada e/ou cancelada para jogos vindouros.

A responsabilidade de quem vai à Arena, além de empurrar o América rumo a uma classificação, engloba o destino da presença de público no futebol no momento atual da pandemia. 

E a forma mais palpável de expressar o cumprimento das regras é termos toda a torcida de máscara o tempo todo. Um gesto minúsculo individualmente, mas de grande significado para a saúde coletiva, particularmente num mundo estilo BBB em que tudo está sendo filmado a todo tempo. Ainda que o distanciamento seja cumprido, ainda que todas as pessoas lavem as mãos com álcool gel ou água e sabão, é a máscara cobrindo nariz, boca e queixo o maior reflexo da adesão aos protocolos de saúde e segurança tão necessários numa pandemia de vírus de transmissão por via respiratória.

América, Arena e torcida estarão sob máximo escrutínio hoje. Vacilar, sem qualquer intenção de trocadilho, pode ser fatal. 

Livre da regularidade

Ultimamente não tem sido fácil manter a regularidade dos meus queridos podcasts sobre futebol e sobre assuntos variados. Na verdade, nunca foi. Tanto que eles já mudaram muito de horário ao longo do tempo. Eram bem mais longos, tinham dias e horários diferentes, fazia um até em inglês.

Recentemente, foram agrupados no domingo a partir das 10h e até esse horário começou a "bater pino" pelas mesmas dificuldades de incompatibilidade de horários.

Poderia gravar para lançar, mas não é como eu gosto. Ao vivo é muito espontâneo, estilo conversa, algo que me atrai imensamente, talvez pela oralidade que também me é tão comum como advogada e professora.

O fato é que, por não acreditar no podcast gravado e pela dificuldade de horário, chego à decisão de retirar a obrigatoriedade de regularidade de horário e frequência dos podcasts. Ficam livres a partir de então. No dia e na hora em que for possível (bem cedinho, no meio do dia ou até tarde da noite) e com o assunto (futebol ou qualquer outra coisa) que dê certo naquele momento específico.

Se as condições atuais mudarem e eu conseguir de novo me comprometer com horário, certamente o farei e, claro, avisarei por aqui.

Até lá, fica o propósito de seguir do jeito que dá.

Manchetes do dia (26/9)

A manchete do bem: 
  • Reforço da Pfizer sobe em 20 vezes anticorpos em vacinados com Coronavac
As outras: 
  • Setor de construção lidera geração de vagas de emprego, mas tem salários piores
  • Reino Unido concederá mais de 10 mil vistos de trabalho para mitigar escassez de mão-de-obra
  • Chegada da primavera aumenta risco de alergias e vírus
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (9/26)

The headline for good: 
  • Reparations for black residents are becoming a local issue as well as a national one
The others: 
  • Affluent, anxious and almost normal: A journey through Merkel's Germany
  • 'I need an army': Across America, schools cram for their Covid tests
  • A federal appeals court delays New York City's vaccine mandate for teachers
Good morning.

Source: The New York Times

sábado, 25 de setembro de 2021

Novo mundo

Lembro quando criança bem pequena da sensação que sentia quando dizia à minha mãe e à minha avó que eu estava querendo ficar cega. Obviamente o "querendo" aí não expressava desejo e sim iminência. É que de vez em quando ficava tudo embaçado, tipo quando o oftalmologista pinga um colírio para dilatar a pupila.

Não demorou muito e fui levada a um oftalmologista. Exames todos feitos e eu não tinha absolutamente nada. 

Na adolescência, fui diagnosticada com fotofobia, astigmatismo e hipermetropia, um grupinho bom de embaçamento. Nada demais, exceto a fotofobia, que fazia meus olhos chorarem copiosamente na presença de luz forte, o que desconfio era meu problema à época.

Para quem não tem ideia, a leiga avisa que astigmatismo é uma falta de simetria no encaixe do cristalino, que causa praticamente uma sombra fantasma nos objetos, como quando as antigas antenas de TV não estavam finamente sintonizadas. E hipermetropia é típico de quem vê de longe melhor do que quem não tem qualquer problema de vista. O calo é ver de perto. 

Usava óculos porque lia muito, mas o grau do astigmatismo e da hipermetropia era uma piada, mesmo somados. Eu enxergava praticamente a mesma coisa com ou sem óculos. 

Já adulta, eu compreendi que lá na infância eu também sofria de lacrimejamento, típico de alergias, já que o tal embaçamento era bem rápido para aparecer e ir embora. Também um outro oftalmologista me proibiu de usar óculos para problemas tão mínimos como eram o meu astigmatismo e a minha hipermetropia.

Mas aí os 40 foram chegando e com eles a hipermetropia arrochou de vez. Comecei a me incomodar com certos tamanhos e a proximidade dos textos. Tudo parecia perto demais para ver, cada dia mais. Até passar por um desafio com um pote de iogurte/coalhada no supermercado. Dizem que é a síndrome do braço curto. Quem acompanhou a cena deve ter rido até a quinta geração com a minha ginástica de braço com aquele pote.

Quando a pandemia deu uma arrefecida, voltei ao oftalmologista e saí de lá com uma prescrição de óculos para perto, mas recebi de Mariza, especialista e proprietária de ótica, a recomendação de me adaptar logo a um multifocal porque meu grau ainda era ridículo de astigmatismo para longe, o que me ajudaria nessa transição. Para ajudar, eu só me engracei com um par grande, longe do par pequeno recomendado para perto. Assim, segui o conselho de Mariza, mesmo não usando os óculos direto.

Mas o que é o momento em que eu coloco esses óculos, minha gente? Um novo mundo aparece. Meu celular parece até recém adquirido de tão nítida que a tela fica. O oftalmologista prefere que eu apenas aumente a fonte para ler no celular; daí o susto quando já estou de óculos porque estou lendo um livro ou outra coisa impressa e preciso checar algo no celular.

Um dia desses até multa tomei porque estava de óculos dirigindo (ainda não preciso) porque precisei ir a um P.S. à noite (achei melhor usar uma proteção nos olhos na pandemia) e era tudo tão nítido na rua para mim que nem percebi que o farol do carro estava apagado. 

Também ando em fisioterapia para a coluna e cada vez que fico de frente para (e muito perto d') a divisória do box onde fico sem óculos, a sensação é de estar vesguinha com tanta proximidade. Nem arrisco puxar o celular ou levar um livro. Penso na vida durante a sessão e tento desviar o olhar para não ficar vesga com a divisória.

Enfim, não reclamo deste pequeno problema que a carreira dos 40 trouxe para mim. Nem poderia. Confesso que me divirto com a comédia de mim mesma. Mas é impossível também não me maravilhar com esse novo mundo de perto, nítido, que surge a cada vez que coloco os óculos.

Manchetes do dia (25/9)

A manchete do bem: 
  • CNN Brasil demite jornalista Alexandre Garcia por defesa do kit Covid
As outras: 
  • Uber diz que baniu 1.600 motoristas por cancelamento de viagem
  • Prédios enormes levantam debate sobre limites da cidade
  • Famílias mudam hábitos para manter alimentação básica na mesa
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (9/25)

The headline for good: 
  • Republican review of Arizona vote fails to show stolen election
The others: 
  • Europe tightens purse strings to try to pressure Poland and Hungary
  • China cracks down harder on cryptocurrency with new ban
  • That comment someone left on Facebook? It can get you sued.
Good morning.

Source: The New York Times

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Saúde x finanças

Vejo que a obrigação de esquema de vacinação completo para o jogo América x Moto Club foi mitigada. Qual a justificativa para que pessoas que receberam apenas uma dose da vacina (desde que não seja a da J&J) tenham sido liberadas a frequentar um evento cultural/esportivo com risco de aglomeração/contágio numa pandemia?

Certamente não houve justificativa científica para tanto, já que a variante Delta chegou para ficar e é a grande determinante da antecipação da segunda dose em quase todos os esquemas vacinais mundo afora, Brasil (pasmem!) incluído, já que ela não costuma respeitar doses únicas. Até 3.ª dose já vem sendo aprovada/ministrada em grupos como idosos e imunossuprimidos.

De novo, voltamos à justificativa financeira. A limitação imposta pela capacidade dos setores da Arena das Dunas e pelo valor exorbitante para a realidade atual fez com que o equilíbrio da equação que traria a lotação dentro dos 30% fosse buscada sacrificando a saúde/segurança sanitária. 

Eu já alertara no texto anterior que o América estava apostando que detinha uma elite completamente vacinada para obter sucesso financeiro neste jogo. O rumo tomado agora indica que eu estava certa no alerta.  E, de novo, toma-se o caminho de quem nada aprendeu com a pandemia que segue em curso. 

De novo, fica a torcida para que não haja qualquer tipo de aglomeração, nem na chegada, nem na saída, e que todas as pessoas tenham consciência de não removerem as máscaras para gritar durante o jogo. Afinal, sucesso mesmo é uma classificação endinheirada e repleta de saúde para todas as pessoas envolvidas. 

Manchetes do dia (24/9)

A manchete do bem: 
  • EUA anunciam normas para cortar 85% de gases usados em ar-condicionado e geladeira, vilões do clima
As outras: 
  • Cai confiança nas instituições e nos três Poderes, diz Datafolha
  • Em dois anos, bancos e construtoras perderam R$ 196 milhões em valor de mercado
  • MTST fará mais manifestações como a da Bolsa, diz Boulos
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (9/24)

The headline for good: 
  • In a setback for Apple, the European Union seeks a common charger for all phones.
The others: 
  • Wikipedia's next leader on preventing misinformation: 'Neutrality requires understanding.'
  • Delta urges airlines to create 'no fly' list of problematic passengers.
  • New York passes sweeping bill to improve conditions for delivery workers
Good morning.

Source: The New York Times