Que me perdoem os dirigentes do América, mas ao ver as contratações do clube para a temporada 2016, a impressão que fica para mim é que o América é o novo Boa Esporte Clube.
Para quem não sabe, o Boa é um clube novo de Minas Gerais, quase sem torcida, e cujos plantéis têm uma marca registrada: são formados em sua maioria por atletas que queimam os últimos cartuchos na tentativa de deixar o franco declínio para trás. Aliás, até a comissão técnica só dá certo (quando dá) lá.
É bom ressaltar que a estratégia nem sempre foi fracassada, mas não lembro de uma grande conquista do Boa. Nem torcida ele consegue!
Aplicar essa estratégia de UTI dos desesperados num clube centenário, acostumado a conquistas e com uma torcida extremamente exigente revela que os dirigentes americanos são arrojados e não temem o risco de tal empreitada. Desde o treinador, que não deu certo em canto algum, até a chegada de Neto Potiguar e Ramon, afora outros encostados, inclusive ex-ABC, a exposição ao risco cresce exponencialmente e preocupa sobremaneira os torcedores americanos.
É claro que pode dar certo! Já vimos muitas bizarrices terminarem em conquistas. Mas os fracassos superam e muito o sucesso dessas misturas arriscadas, o que acende o alerta da torcida.
Apostar em jogador barato que jogava num clube qualquer, OK. Deu certo por aqui inúmeras vezes. Mas muito macaco velho reunido pode levar a safra inteirinha para o lixo.
É preciso cuidado com a tradição. O Boa não está para o futebol de Minas nem perto do que o América representa para o futebol do RN. O que funciona (?) lá pode ser um verdadeiro tiro no pé aqui.